Texto Áureo
“E o
sacerdote molhará o seu dedo no sangue, e daquele sangue espargirá sete
vezes perante o Senhor, diante do véu do santuário”. Lv 4.6
Verdade Aplicada
O
sacrifício que Jesus fez por nós, vertendo o Seu sangue na cruz, permite
que Deus aja com misericórdia, perdoando os nossos pecados.
Glossário
Conspícuo: que apresenta nítida visibilidade; facilmente notado;
Deturpar: Adulterar, corromper, viciar;
Sacrilégio: Pecado grave contra a religião que consiste na violação de pessoa, lugar ou objeto sagrado.
Textos de Referência.
Levitico 4.3; 13; 14
3 Se o
sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá pelo seu
pecado, que pecou, um novilho sem mancha, ao Senhor, por expiação do
pecado.
13 Mas, se
toda a congregação de Israel errar, e o negócio for oculto aos olhos da
congregação, e se fizerem, contra algum dos mandamentos do Senhor,
aquilo que se não deve fazer, e forem culpados,
14 E o
pecado em que pecarem for notório, então, a congregação oferecerá um
novilho, por expiação do pecado, e o trará diante da tenda da
congregação.
Hinos sugeridos.
20, 491, 521.
Introdução
O pecado
impede o relacionamento de Deus com o homem, mas o amor de Deus fez com
que Ele oferecesse o Seu Filho para morrer pelo homem e assim Deus pode
restaurar essa comunhão.
O propósito eterno de Deus exigiu que Ele canalizasse toda a humanidade para Jesus Cristo "Para em todas as cousas [Cristo] ter a primazia" (Colossenses 1:18). Por um lado, a lei foi designada para convencer o homem do pecado e mostrar-lhe a necessidade de eliminar o seu pecado, porém essa lei foi divinamente projetada para não conseguir providenciar tudo o que o homem realmente necessitava. A sabedoria de Deus sabia que isso faria o homem ansiar por um sistema melhor.
1. O pecado do sacerdote e do povo
O pecado
deturpou a criação e ao homem ficou impossível fazer o que é agradável a
Deus. O homem ficou impossibilitado de fazer qualquer coisa que Deus
ordenasse. A lei foi dada para mostrar essa incapacidade do homem.
No Dia da Expiação, dois bodes eram escolhidos: um para ser morto pelo Sumo Sacerdote e oferecido sobre o altar como oferta pelo pecado; o outro, para ser solto no deserto ("azazel", que significa "retirada") o bode expiatório.
1.1. O pecado do sacerdote.
Se o
sacerdote pecasse, o texto bíblico afirma que deveria ser levado para o
sacrifício da expiação um novilho (Lv 4.3). O pecado do sacerdote
afetava toda a congregação e desse modo era exigido para o sacrifício um
novilho, que era o maior animal para oferta. A missão do sacerdote em
poder se aproximar de Deus em benefício do povo também aumentava a sua
responsabilidade perante o Senhor. A grande responsabilidade do
sacerdote comprometeria toda a congregação, caso algum pecado estivesse
sobre ele. A excelência do ministério vem acompanhada de grandes
responsabilidades.
O pecado do sumo sacerdote era o mais grave, porque era ele quem representava a nação inteira. O sacrifício pelo pecado incluía o ato de por uma parte do sangue da oferta diante do véu do santuário; a gordura era queimada no altar, mas o resto era queimado fora do arraial. Isto prefigurava a crucificação de Cristo fora da cidade de Jerusalém (Hb 13.12). A justiça de Deus requeria o castigo pelos pecados. Cristo levou esta culpa sobre Si na cruz. Agora Deus perdoa aqueles que, pela fé, aceitam o sacrifício que Cristo sofreu por eles (Is 53,6, 7; 1Pe 2.24; Rm 3.25, 26).
1.2. O pecado da congregação.
No caso de a
congregação cometer algum tipo de sacrilégio, isso tornava impossível a
habitação de Deus no arraial, pois o fundamento da habitação de Deus no
meio do seu povo é a santidade. A santidade de Deus exige que o padrão
vivido seja o que foi estabelecido por Ele. Como Seu povo, devemos com
humildade nos submeter aos Seus preceitos e estatutos. O Senhor exigia
pureza no acampamento de Israel, como encontramos em Deuteronômio
23.13-14. Deus quer do Seu povo pureza que alcance o espírito, a alma e o
corpo (1 Ts 5.23). Quando isso acontece, Ele se faz presente, para
alegria do Seu povo.
Este pecado é aquele que toda nação comete. É o pecado coletivo. Essa transgressão leva toda a nação a ruína, a miséria, desgraça e pobreza. Quando uma nação se volta para Deus e confessa seus pecados, o Senhor estende suas mãos para abençoar.
1.3. O sacrifício apresentado era o mesmo.
Se o pecado
fosse cometido pelo sacerdote, ou fosse cometido pela congregação,
perante, o Senhor tinha a mesma consequência e a oferta para o perdão do
pecado era idêntica e o rito era o mesmo (Lv 4.1-21). O sangue era
espargido sete vezes diante do véu do santuário, colocado sobre as
pontas do altar de ouro, que era o altar de incenso, e todo o resto de
sangue era derramado à base do altar de cobre, que ficava no pátio do
tabernáculo, onde era oferecido o sacrifício. No pátio o israelita podia
estar presente para participar, colocando a mão sobre a cabeça do
animal. Assim precisava ser feito, pois o pecado do sacerdote, ou de
toda a congregação, tinha a ver diretamente com a presença de Deus no
meio do povo.
Este tipo de sacrifício era necessário para expiar pecados específicos. O grau da culpa e a qualidade da oferta variavam de acordo com a posição e a responsabilidade do pecador. O pecado do sumo sacerdote era o mais grave, porque era ele quem representava a nação inteira. O ritual que se requeria era igual, para o sacerdote e para o povo, no tocante ao touro (“novilho”) que se oferecia em ambos os casos, mas havia uma diferença quando se comparava o mesmo com o dos holocaustos, sendo que o sacrifício pelo pecado incluía o ato de pôr uma parte do sangue da oferta diante do véu do santuário; a gordura era queimada no altar, mas o resto era queimado fora do arraial. Isto prefigurava a crucificação de Cristo fora da cidade de Jerusalém (Hb 13.12).
2. O pecado do príncipe.
O pecado de
um líder de Israel diante de Deus era considerado grave e se tornava
mais conspícuo (facilmente notado) do que o pecado de qualquer outra pessoa do acampamento
de Israel. Ele não tinha a responsabilidade de um sacerdote, mas era um
líder em Israel; havia sido levantado por Deus como uma liderança
perante o povo e deveria receber mais grave condenação.
2.1. O alcance do pecado do príncipe.
Todo o
pecado que o homem comete é contra Deus, pois Ele é quem estabelece o
padrão que devemos viver. O salmista assim se expressa diante de Deus em
sua penitência: “Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que a
teus olhos parece mal, para que sejas justificado quando falares e puro
quando julgares.” (Sl 51.4). O pecado do príncipe não poderia alcançar o
véu do santuário ou mesmo o altar da adoração, mas tinha a ver com a
sua consciência e atingia também o povo. Quando um líder comete pecado, a
tristeza vem sobre o povo por causa da queda do seu líder.
Entende-se por “príncipe” o líder de uma tribo ou o líder de uma divisão da tribo. Incluem-se aqui tanto líderes civis quanto religiosos – príncipes, capitães, chefes, governadores. O príncipe não se equiparava ao sumo sacerdote no conhecimento da lei, por isso a oferta que se exigia dele era menor do que no caso do sumo sacerdote.
2.2. A oferta pelo pecado do príncipe.
A oferta
que o príncipe tinha que trazer quando obrasse contra algum mandamento
do Senhor deveria ser um bode (Lv 4.23). Um animal sem mancha e todo o
ritual exigido por Deus deveria ser seguido. Mesmo sendo um príncipe
dentre o povo, não tinha nenhuma autoridade para mudar o que fora
estabelecido pelo Senhor. Caso procedesse de acordo com as instruções do
Senhor, o resultado alcançado era paz no coração, pois, quando o homem
obedece aos mandamentos do Senhor e guarda os seus estatutos, a paz é
alcançada (Lv 4.24).
- " não tinha nenhuma autoridade para mudar o que fora estabelecido", esse é o exemplo claro de que ninguém pode fazer nada conforme sua própria vontade. Um fato que demonstra isso na Palavra foi o caso ocorrido com Usá quando colocou a mão na Arca da Aliança para não deixar que caísse, Deus estava irado com toda aquela situação, por estarem transportando a Arca em um carro novo e não da forma como mandava a Lei. 2 Sm 6.1-7
- "o resultado alcançado era paz no coração", ainda hoje podemos ter o mesmo resultado, a paz com Deus, que é alcançada por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.
2.3. Uma responsabilidade inferior à do sacerdote.
O príncipe
não tinha acesso ao santuário e nem tinha a autorização para queimar
incenso no altar de ouro, como tinha o sacerdote. Então a sua
responsabilidade espiritualmente era menor em apresentar o povo a Deus.
Mas o pecado cometido sempre ofenderá a santidade de Deus. Mas o pecado
cometido sempre ofenderá a santidade de Deus. Sendo assim, apesar da
responsabilidade ser menor, um sacrifício também era necessário e as
leis que foram entregues a Moisés pelo Senhor traziam a solução para o
pecado que fosse cometido pelo príncipe (Lv 4.24).
- "sua responsabilidade espiritualmente era menor em apresentar o povo a Deus", por isso comparamos aqui com os líderes de departamentos hoje, tem uma autoridade menor do que a dos sacerdotes que seriam os pastores e dirigentes.
3. O pecado de uma pessoa do povo.
Para o
pecado cometido arrogantemente não havia sacrifício prescrito (Nm
15.30). Para que um pecado fosse expiado, era necessário que fosse
cometido por ignorância ou involuntário, algo que fosse proibido pela
lei do Senhor e que involuntariamente viesse a ser cometido pelo homem.
O procedimento para o pecado de uma pessoa do povo era o mesmo no caso de um príncipe, com exceção de que o homem comum devia trazer uma fêmea em vez de um macho. A fêmea era de algum modo inferior na escala de valor (menos caro) em relação ao macho e, portanto, era facilmente adquirida.
3.1. Uma cabra fêmea como oferta.
Por mais
que o homem se esforce, é impossível cumprir a lei, pois a carne está
enferma (Rm 8.3). Isso significa que logo quebraria um ou mais desses
inúmeros preceitos. Sendo assim, os sacrifícios pelo pecado eram
constantes e intermináveis. No caso de qualquer pessoa do povo pecar,
poderia trazer uma cabra fêmea como oferta (Lv 4.28). O pecado sempre
ofenderá a Deus, mas nas ofertas trazidas temos uma gradação que está
relacionada com a responsabilidade que cada um ocupa perante o Senhor.
Que verdade maravilhosa é ilustrada por este ato cerimonial dos diversos
animais apresentados sendo relacionados com a ocupação no acampamento
do Senhor Deus pelos respectivos ofertantes. O sacerdote podia também
comer da carne do sacrifício oferecido por uma pessoa, porque o sangue
da oferta não era levado para dentro do santuário (Lv 6.26).
Deus Permitiu à pessoa comum trazer por sua oferta uma cabra ou uma cordeira. Uma cordeira era sempre mais barato que um bode, por esta razão esperava-se que uma cordeira como oferta de um pobre. É significativo que Cristo repetidamente falou sobre o Cordeiro de Deus. Ele é o sacrifício do homem pobre.
3.2. Um ato pessoal.
Quando o
ofertante oferecia um animal sem mancha, que era uma figura de Jesus
Cristo, e também no momento em que ele colocava a mão sobre a cabeça do
animal, ele se identificava com o animal oferecido e, através da vítima,
oferecia-se a si mesmo a Deus (Êx 29.10). Uma pessoa que ouvisse uma
blasfêmia e não denunciasse (Lv 5.1), uma impureza cerimonial (Lv 5.2),
tocasse em uma pessoa com fluxo ou lepra (5.3), ou juramento falso (Lv
5.4); necessário era confessar (Lv 5.5) e oferecer a sua oferta, que
poderia ser uma cabra (Lv 5.6) ou duas rolas ou dois pombinhos para o
que fosse pobre (Lv 5.11).
Os sacerdotes sacrificavam várias ofertas a Deus, que eram oferecidas pelos seus próprios pecados e também pelos pecados do povo (tanto pecados conhecidos como desconhecidos). Algumas ofertas eram oferecidas regular e frequentemente, enquanto outras eram oferecidas apenas em certos casos de necessidade".
3.3. Uma provisão divina.
Apesar das
diferenças de animais oferecidos sobre o altar, de acordo com a
responsabilidade exercida por cada um no acampamento de Israel, todos
eles eram provisões da parte de Deus para perdão dos pecados e
consequente comunhão com o Seu povo. Somente Deus pode prover a salvação
para o homem (Gn 3.21). Uma provisão necessária ao homem para que o
propósito eterno de Deus se cumpra e que estará plenamente consumado na
eternidade.
Tudo isto foi uma provisão de Deus para se aproximar da humanidade a quem tanto ama, e mostrar o valor da obra futura em Jesus Cristo para nos salvar.
Conclusão.
Em sua
ignorância e arrogância, o homem pensa em agradar a Deus se apresentando
diante dEle com seus trapos de imundícia (Is 64.6). No entanto, através
da justiça de Deus em Cristo Jesus, temos livre acesso à Sua presença e
lá podemos permanecer (Rm 5.1-9-11).
Questionário.
1. Se o sacerdote pecasse, o que o texto bíblico afirma?
R: Que deveria ser levado para o sacrifício da expiação um novilho (Lv 4.3).
2. O que a santidade de Deus exige?
R: Que o padrão vivido seja o que foi estabelecido por Ele (1Ts 5.23).
3. Qual era a oferta que o príncipe tinha que trazer quando obrasse contra algum mandamento do Senhor?
R: Um bode (Lv 4.23).
4. Por mais que o homem se esforce, por que é impossível cumprir a lei?
R: Porque a carne está enferma (Rm 8.3).
5. Somente quem pode prover a salvação para o homem?
R: Deus (Gn 3.21).