sábado, 10 de fevereiro de 2018

Lição 6 – O sacrifício pela culpa – EBD Betel 11/02/2018



Oferta pela culpa (Lv 5). Tinha o propósito expurgar os pecados cometidos contra Deus e as outras pessoas.
Obs. Expurgar:limpar, purificar


TEXTO ÁUREO
“No lugar onde degolam o holocausto, degolarão a oferta pela expiação da culpa, e o seu sangue se espargirá sobre o altar em redor” (Levítico 7:2).
Expiação: É a tradução da palavra hebraica kippur, que significa “cobrir com um preço”. (Lições CPAD Jovens e Adultos » 2008 » 4º Trim.)

VERDADE APLICADA
A culpa é um sentimento que toma conta do coração do homem por algum ato errado, mas em Cristo este sentimento é apagado.
Cristo é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29), a ponto de anular uma aliança antiga para inaugurar um novo tempo de relacionamento com Deus, estabelecendo uma aliança nova, superior e perfeita (Hb 8.6,7,13). Assim, o sistema de sacrifícios de animais e o arcabouço (ossatura do tórax, arca do peito) da Lei serviram como um guia para nos conduzir a Cristo (Gl 3.24).

OBJETIVOS DA LIÇÃO
1 - Ensinar que somente Deus tem a capacidade para avaliar o que é certo e o que é errado;
2 - Explicar que quando há algum dano tem que haver restituição;
3 - Mostrar a necessidade do ensino da Palavra de Deus.

TEXTO REFERÊNCIA
Levitico 5.15-16; 19
15 Quando alguma pessoa cometer uma transgressão e pecar por ignorância nas coisas sagradas do Senhor, então trará ao Senhor, por expiação, um carneiro sem mancha do rebanho, conforme a tua estimação em siclos de prata, segundo o siclo do santuário, para expiação da culpa.

16 Assim, restituirá o que ele tirou das coisas sagradas, e ainda de mais acrescentará o seu quinto, e o dará ao sacerdote; assim, o sacerdote, com o carneiro da expiação, fará expiação por ela, e ser-lhe-á perdoado o pecado.

19 Expiação de culpa é; certamente se fez culpada ao Senhor.

INTRODUÇÃO
Através da Sua graça Deus perdoa a todos os pecadores, desde que o homem se arrependa. Sua santidade não deixa passar nenhum pecado, mas em Cristo proveu o meio para que a Sua santidade fosse satisfeita.
O sistema de sacrifícios criado por Deus para seu povo só tinha valor se a oferta da pessoa que cometeu o pecado fosse trazida com atitude de arrependimento, e, além disso, teria que está disposta para confessar o pecado. Atualmente, por causa da morte de Cristo na cruz não precisamos sacrificar animais. No entanto, a confissão é fundamental.

1. Culpado nas coisas sagradas.
Na oferta pela culpa havia a necessidade de uma restituição, diferenciando este sacrifício dos demais. Na oferta pela culpa uma reparação é exigida por Deus, seja ela para o santuário ou para o próximo. O texto bíblico revela a necessidade de uma reparação: “Assim, restituirá o que ele tirou das coisas sagradas...” (Lv 5.16).
Esse tipo de oferta, embora muito semelhante ao da oferta pelo pecado, é mais exigente porque tal oferta implicava, por parte do faltoso, a confissão especifica da ofensa cometida e a restituição, com acréscimo àquele que sofrera a ofensa (Lv 5.14-16). O novo testamento também ordena tal confissão (Tg 5.16: Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados.); a confissão garante o perdão (1Jo 1.9)

1.1. Pecando por ignorância nas coisas sagradas.
Pecar por ignorância é cometer um delito, mas não ter a certeza total que cometeu um pecado. Para que não tivesse dúvida em sua consciência, traria o que foi exigido por Deus para alcançar a paz acerca dessa questão. O animal era estimado pelo sacerdote conforme o ciclo do santuário. O siclo do santuário equivale a vinte óbolos (moeda grega de pouco valor(Êx 30.13). Um óbolo equivale a 0,57 gramas de prata. Depois de avaliado o animal era oferecido como expiação para perdão do pecado. Era acrescentado na restituição o valor de vinte por cento. Esses eram os direitos que estavam ligados às coisas sagradas de Deus.
A forma mais comum de culpa nas coisas sagradas consistia na retenção das ofertas (dízimos, primeiros frutos etc) ou na apresentação de ofertas não adequadas aos padrões determinado por Deus. Ananias e Safira morreram por isso. É algo muito ruim se apropriar das coisas de Deus, portanto, devemos ser cautelosos para nos abstermos de todas as aparências desse mal. Devemos cuidar de nós mesmos com cuidado santo.

1.2. Pecando e obrando contra algum de todos os mandamentos.
A não obediência a um mandamento do Senhor, mesmo que seja por não conhecer o mandamento, não torna a pessoa inocente (Lv 5.17). Este fato nos ensina que somente Deus tem a capacidade para avaliar o que é certo e o que é errado. O homem não tem esta capacidade e mesmo assim pensa ter. Quantos hoje estão guiando a sua vida pelo “eu acho que isto é certo”, “eu acho que isto não tem problema”, ou “todo mundo está fazendo, eu posso fazer também”? Para agradar a Deus, devemos fazer o que Ele estabelece.
E, se alguma pessoa pecar, e fizer, contra algum dos mandamentos do Senhor, aquilo que não se deve fazer, ainda que o não soubesse, contudo será ela culpada, e levará a sua iniqüidade;(Lv 5.17)

Somente a santidade de Deus pode estabelecer o padrão quando os direitos de Deus estão em causa. Uma pessoa poderia transgredir uma lei do santuário sem se aperceber (ignorância nas coisas sagradas), mas uma mentira, jurar falsamente, enganar o próximo, cometer um ato violência, não pode ser ignorância, mas é desobedecer aos mandamentos do Senhor. O sacrifício realizado por Jesus cuidou dessas duas áreas na vida do ser humano: a culpa pelo pecado de ignorância e, também, dos pecados conhecidos.(Revista do professor)

1.3. Restituição perante o Senhor.
No ritual o transgressor confessava o pecado, restituía o valor envolvido, pagando um acréscimo de um quinto (vinte por cento) em siclos de prata, e sacrificava um carneiro ao Senhor (Lv 5.15-16). A essência é a obra da expiação realizada para perdão do pecado do ofensor à lei de Deus. Essa obra de expiação pelo pecado do homem foi realizada por Jesus, que derramou o Seu sangue inocente para atender à justiça de Deus. O escritor aos Hebreus afirma: “E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.” (Hb 9.22).
Esse tipo de sacrifício tratava de pecados para os quais se exigia algum tipo de restituição. Um bem roubado por exemplo, devia ser restituído com o acréscimo de uma multa (vinte por cento) e uma oferta pela culpa.
Os sacrifícios do Antigo Testamento cumpriram-se plenamente em Jesus. Ele foi a oferta pelas nossas culpas (Is 53.10; 2 Co 5.21); a oblação pelos nossos pecados (Hb 9.11-15), e o sacrifício pela nossa paz (Ef 5.2; Jo 6.53,56; ver Lv 7.15).( Lições CPAD Jovens e Adultos » Sumário Geral » 2008 » 4º Trimestre)

2. Culpado negando ao seu próximo.
Ofensas causadas às pessoas em questões de bens pessoais ofendem a lei de Deus, que deixa de forma bem clara como deve ser o relacionamento com o próximo (Lv 19.18). Jesus foi enfático a respeito desse mandamento no Seu ministério (Mt 22.39), e também os apóstolos (1Jo 4.20).

Nossos relacionamentos devem ocorrer da forma mais honesta, sadio e sincero com todas as pessoas. O cristão que não procede dessa maneira, além de ser visto de forma negativa por todos ao seu redor, ainda mancha a reputação de sua igreja. Quem peca de forma intencional contra o seu próximo mostra claramente que não ama seu irmão. 

Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?
E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão.(1Jo4.20-21).

2.1. Prejuízos causados ao próximo.
As instruções do Senhor também tratavam acerca dos prejuízos causados ao próximo em questões de propriedades que dizem respeito ao logro (algo que alguém deixou em depósito de outrem), roubo, ou ganho injusto por extorsão (agiota). A não devolução de algo achado quando se conhece o dono e outras semelhantes são situações mais próximas de atos de pecados conscientes e voluntariosos que precisavam ser confessados para que se tornassem conhecidos (Lv 6.1-7). Essas ações eram puníveis (Êx 22.7-13), pois pecar contra o próximo, dentro do concerto dado por Deus ao povo de Israel, era pecar contra o próprio Deus.
Um grande problema em todas as épocas na sociedade é a ganância do homem. O desejo de possuir torna o ser humano frio, desumano e insensível para com o próximo. Paulo afirma que: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e transpassaram a si mesmos com muitas dores.” (1Tm 6.10). Para vencer esta avareza, que a Palavra de Deus classifica como idolatria, somente com amor ao próximo. A situação atual do mundo é um exemplo do que o homem sem a graça de Deus no coração é capaz de realizar.
Professor comente sobre a atitude de Zaqueu que movido pela graça prometeu muito mais do que a lei determinava:
E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado.(Lc 19.8)

2.2. Reparando o dano.
No pecado contra o próximo era necessário primeiro fazer a reparação do dano para poder depois trazer a oferta perante o altar. A Palavra de Deus não se contradiz, por isso Jesus ensinou aos Seus discípulos que antes da oferta o dano deve ser reparado (Mt 5.23-24). O transgressor, antes que pudesse ser perdoado, deveria fazer a restituição apropriada. A penalidade visava inculcar nos transgressores a importância da honestidade e responsabilidade no convívio social. Trazer a oferta, mas não restituir ao próximo não expiaria o pecado do transgressor. Há situações que não basta apenas orar, é preciso antes pagar o que se deve.
Desde que o pecado defraudou alguém, necessário é que haja restituição para a parte ofendida. A característica distinta das ofertas pela culpa era o pagamento de restituição com acréscimo, conforme determinava a lei, sem se importar se esta fosse para Deus ou para uma pessoa humana. “O carneiro das ofertas pela culpa não fazia parte da restituição, mas era a expiação pelo pecado, diante de Deus” (F. Duane Lindsey). A oferta da culpa ilustra a grande seriedade e gravidade do pecado e a eficácia do sacrifício de Cristo, que deu satisfação e plena reparação ao nosso favor diante de Deus.(Revista do professor)
Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta.(Mt 5:23,24)

2.3. A necessidade da oferta pela culpa.
Quando Jesus purificou os leprosos, mandou que eles se apresentassem ao sacerdote (Mt 8.4; Lc 17.14), porque havia a necessidade de oferecer a oferta pela culpa para que os mesmos fossem declarados limpos. Jesus veio para cumprir a lei, e, se era essa a exigência da lei, precisava que fosse cumprida. A profanação do nazireado também exigia a expiação da culpa: “Então separará os dias do seu nazireado ao Senhor, e para expiação da culpa trará um cordeiro de um ano” (Nm 6.12).
Deus exige um comportamento honroso entre os seus semelhantes, uma existência com ética nos relacionamentos sociais, uma existência com liberalidade. Quando assim não acontece, um encargo precisa ser acrescentado. Este é o sacrifício da oferta pela culpa. Este sacrifício nos ensina que alcançamos o perdão da culpa quando observado o que está contido no texto bíblico: reconhecimento do pecado seguido pelo arrependimento, restauração do dano e finalmente o sangue espargido no altar (Lv 6.7).(Revista do professor)
3. A lei da expiação da culpa.
A lei da expiação da culpa, assim como a lei da expiação do pecado, estabelecia que o sacrifício poderia ser comido pelo sacerdote. Para tocar nessas ofertas deveria ser santo (Lv 6.27). Da mesma forma, todos os que estão unidos a Cristo Jesus, pela fé, são santos.
Fala a Arão e a seus filhos, dizendo: Esta é a lei da expiação do pecado; no lugar onde se degola o holocausto se degolará a expiação do pecado perante o Senhor; coisa santíssima é.
O sacerdote que a oferecer pelo pecado a comerá; no lugar santo se comerá, no pátio da tenda da congregação.(Lv6.26)

3.1. Uma mesma lei.
A Palavra de Deus afirma que assim como era a lei da expiação do pecado, assim também seria a lei da expiação da culpa (Lv 7.7). Esses dois sacrifícios apresentam a santidade de Cristo de maneira enfática. Essa era uma oferta que todo homem de família sacerdotal estava autorizado a comer (Lv 7.6), mas deveria consumir em local sagrado, pois era uma oferta santíssima (Lv 6.29). A exigência feita pelo Senhor é que estivesse limpo para poder comer (Nm 18.11).

Além de mostrar-nos a necessidade de obediência as leis de Deus, para que possamos ser abençoados, a lei da expiação da culpa, assim, como outras leis em Levítico, também nos chama à santidade em nossas vidas cotidianas. Santidade começa em nossos corações com a fé em Jesus, e Ele nos leva ao desejo de obedecer a Deus em tudo que fazemos

Na lei da expiação da culpa, que é como na lei da expiação do pecado (Lv 7.6-7), o Espírito Santo de maneira maravilhosa enfatiza a santidade do sacrifício, que é tipo da obra realizada por Jesus. Como estes dois sacrifícios estão relacionados com o pecado do homem, fica enfatizado a santidade da oferta, pois Jesus levou os pecados da humanidade, mas não se contaminou (1Pe 1.19). Tomou os pecados do Seu povo e sofreu a pena deles na cruz. Está cumprido todas as exigências de Deus e todas as necessidades dos homens. Tudo Jesus realizou.(Revista do professor)

3.2. Fartura no lar.
A responsabilidade no Antigo Testamento de ensinar a Palavra de Deus ao povo estava sob a incumbência dos sacerdotes e levitas (2Cr 17.7-8). Já em casa, essa responsabilidade era dos pais (Dt 6.7). Um povo mais esclarecido traria mais oferta, pois teria maior conhecimento da lei e, evidentemente, de suas transgressões; um povo com pouco conhecimento nem saberia que havia desobedecido a lei. A fartura sobre o altar estava ligada diretamente ao conhecimento que o povo tivesse da lei. Quanto mais ensino, mais fartura para o sacerdote. Boca aberta ensinando a Palavra de Deus, provisão pelos sacrifícios trazidos ao santuário.
Esse princípio permanece no Novo Testamento como era em Israel nos tempos antigos. Quanto mais a Palavra de Deus é ensinada na igreja, mais fartura teremos no santuário. Essa fartura se manifesta na igreja, na esfera em que ela se encontra. Uma fartura que sustenta os seus ministros como também gera riqueza na igreja e essa riqueza não é ouro ou prata, mas uma riqueza espiritual, que manifesta a graça de Deus, Sua glória, a excelência do fruto do Espírito na vida dos crentes e as manifestações dos dons espirituais. Onde prevalece o espiritual o material é acrescentado pelo Senhor (Mt 6.33)(Revista do professor)

3.3. Gordura e sangue para o Senhor.
Todo o sangue e toda a gordura deveriam ser oferecidos ao Senhor, sendo proibido ao homem comê-los (Lv 7.2-3). Isso deveria ocorrer em todos os sacrifícios nos quais animais eram oferecidos sobre o altar. Na dieta do povo de Israel eram elementos proibidos: “Estatuto perpétuo será nas vossas gerações, em todas as vossas habitações: nenhuma gordura, nem sangue algum comereis.” (Lv 3.17). No Novo Testamento, a carne ritualmente impura, de animais sufocados e o sangue foram proibidos no primeiro concílio da Igreja (At 15.20).
Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus.
Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da
 fornicação, do que é sufocado e do sangue.(At 15:19,20)


CONCLUSÃO
Os tipos do Antigo Testamento nos ajudam a entender a dimensão do sacrifício de Jesus Cristo realizado na cruz do Calvário. Como atendeu a exigência da santidade de Deus e como alcançou o homem no seu estado miserável de pecado e como o alçou até a presença do glorioso Deus.


Questionário:

1. Quem realizou a obra de expiação pelo pecado do homem?
R: Jesus (Hb 9.22).

2. No pecado contra o próximo, o que é necessário?
R: Primeiro fazer a reparação do dano para poder depois trazer a oferta perante o altar (Mt 5.23-24).

3. O que a profanação do nazireado exigia?
R: A expiação da culpa (Nm 6.12).

4. De quem era a responsabilidade no Antigo Testamento de ensinar a Palavra de Deus ao povo?
R: Dos sacerdotes e levitas (2Cr 17.7-8).

5. Na dieta do povo de Israel, quais elementos eram proibidos?
R: Gordura e sangue (Lv 3.17).