sábado, 13 de agosto de 2016

Jesus Incentiva a Prática da Vida Devocional - 14 de agosto de 2016


Texto Áureo

E, na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela. Hebreus 12.11


Verdade Aplicada
A prática dos exercícios espirituais tem uma recompensa, desde que não sejam para sermos vistos pelos homens.


Textos de Referência.

Mateus 6.2; 5; 6
2 Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
5 E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
6 Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a porta, ora a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, oculto; e teu Pai, que vê secretamente, te recompensará.


Introdução
As práticas devocionais devem ser exercidas de modo a serem aceitas por Deus. Tanto faz que seja esmola dada ao próximo, ou a atitude de orar a Deus ou de jejuar. A validade destes exercícios está na maneira correta de fazê-los.

INTRODUÇÃO
O que são “práticas devocionais”?
A própria palavra nos mostra que são práticas que mostram nossa devoção a Deus.
Quando adoramos, oramos, jejuamos, estudamos a palavra, praticamos a caridade, evangelizamos.

1. A respeito do dar esmolas.
Acerca do exercício de dar esmolas, embora seja uma prática que se destina ao próximo, ela deve ser endereçada a Deus. Qualquer pessoa que parte deste princípio espiritual terá galardão junto ao Pai Celestial. Ao contrário do que alguns pensam, quanto à recompensa vinda do Autor da vida, esta deve ser estimulada, buscada e cultivada sempre (Fp 3.14- Corro direto para a linha de chegada a fim de conseguir o prêmio da vitória. Esse prêmio é a nova vida para a qual Deus me chamou por meio de Cristo Jesus.).
Doar alguma coisa deve ser motivada primeiro pela essência de Deus que deve abitar em nós. Ou seja: A medida em que vamos andando com Jesus, ficamos tão parecidos com ele, que doar passa a ser algo natural, espontaneo. Não algo forçado ou visando algum interesse. Ao dor precisamos estar guiados pelo espírito, mas que também não sejamos enganos. 

1.1. Um ato feito ocultamente.
A prática de dar esmolas é considerada a primeira prática da piedade judaica. Naqueles tempos não havia aposentadoria ou plano assistencial às viúvas e pessoas com deficiência física. Então, vários pedintes se encontravam nas ruas e na porta do templo de Jerusalém em busca de esmolas para a sua sobrevivência. Para alguns que tinham uma condição financeira melhor, era uma enorme tentação, através do esmolar, “ser visto pelos homens”. Hoje, ainda que estejamos em tempos diferentes, nós devemos aliviar a dor e a fome alheia como recomenda o Senhor.
Essa prática era incentivada na Lei e a Igreja de Jesus herdou isso do judaísmo, praticando largamente em Jerusalém nos primeiros anos da igreja primitiva.
Não havia no mundo o conceito de estado protetor do cidadão como existe hoje, por isso não havia programas sociais para proteção dessas classes.
Os pobres viam nos religiosos a oportunidade de ajuda. 
Na época a Igreja convidava essas pessoas a deixarem as ruas e entrarem para a comunidade cristã, que os acolhiam e os integravam a um novo povo.
(As pessoas não devem ficar agarradas para sempre na caridade aleia ou da igreja, para isso elas precisam do milagre da transformação, que começar a acontecer quando elas são convidadas para o nosso meio e acolhidas, passam a integrar um novo povo, que somos nós.)

1.2. O ato de “ser visto pelos homens”.
A piedade deve ser praticada para Deus e não para nós. O “ser visto pelos homens” significa que alguém que dá esmolas, ou ora a Deus ou jejua, pratica tais exercícios espirituais visando glorificação humana. Se recebermos o louvor por aqui, então já teremos recebido a recompensa e não a teremos no Reino dos céus. O súdito do reino tem uma conta bancária em que ajunta os seus tesouros de boas obras, aliás, fomos criados em Cristo para as boas obras (Ef 2.10- Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos.). Toda vez que as fazemos com a motivação correta e de modo discreto para Deus ver, o nosso saldo aumenta (Lc 12.21- “Assim acontece com quem guarda para si riquezas, mas não é rico para com Deus”.).
No evangelho de Lucas capítulo 12 Jesus conta a parábola de um homem muito rico, que só pensava em guarda o seu tesouro e Deus chama esse homem de insensato. Ou seja: Doido, sem juízo. 

1.3. Como dar esmolas.
Dar esmolas é um dever sagrado. A certeza disso é que o Senhor Jesus regulamentou como fazê-lo. Quando Ele disse: “Não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita”, para um entendimento prático, façamos uma paráfrase: “Quando você der esmola com a mão direita, não procure recebe-la tão depressa com a mão esquerda, dê a sua esmola de modo sigiloso e teu Pai celestial te recompensará publicamente”. O contrário disso é ser como hipócritas, ou seja, menos atores que com máscara de religiosidade querem ser vistos por todos. Tais atores já receberam a sua recompensa. Porém, ao fazer da maneira e com a motivação correta, tem uma recompensa pública certa.
Existem os que dão esmola, mas faz visando lucro material
Existem os que dão esmola, mas querem ser vistos por todos e com isso até usa as redes sociais.
Está tudo errado.
A “motivação correta” é estar fazendo pelo reino de Deus e pelas almas, baseando no amor.

2. A respeito da oração.
A oração foi o segundo exercício devocional digno de atenção dentro dos ensinos do Senhor Jesus. Era necessário que a oração dos judeus fosse orientada em vários detalhes para que ela fosse aceita por Deus. Caso contrário, ela ficaria sem efeito, como um sacrifício no templo quando rejeitado por Deus.


2.1. Orar a Deus e para Deus.
Acerca da oração e jejum, assim como o esmolar, Jesus não permite que tais exercícios espirituais sejam como representações teatrais. Ou seja, como fazem os hipócritas (Pessoa que finge sentir o que não sente). Se a motivação é persistente em ser reconhecido pelos homens, tal oração não terá efeito junto a Deus, não promoverá transformações nos homens e será destituída de galardão nos céus. Quando alguém faz a sua oração de modo a ser notado, para que os outros saibam, este já recebeu seu galardão. Devemos orar a Deus e para Deus, isto é, devemos evitar qualquer tipo de publicidade de um momento que é nosso com Deus. Assim, devemos entrar no nosso aposento e ali derramarmos nossas súplicas diante de Deus.
- “sejam como representações teatrais”, Jesus se referia às orações feitas em públicos para se amostrar, isso serve para as orações com palavras bonitas e pré-fabricadas que alguns crentes insistem em fazer.
“será destituída de galardão nos céus”, as recompensas que receberemos após o arrebatamento da Igreja são chamadas de galardões, para aqueles que usam de hipocrisia hoje será perdido o galardão.
“entrar no nosso aposento e ali derramarmos nossas súplicas”, é uma oração particular e de intimidade, não que as orações feitas na igreja são condenadas, mas a oração em particular leva à intimidade.

2.2. Orar a Deus sem vãs repetições.
A oração deve ser uma expressão clara da alma para com Deus. Os pagãos presumiam que pelo repetirem muito as preces e tagarelarem com palavras inúteis convenceriam a divindade de que seriam ouvidos. Jesus estava familiarizado com esse tipo de prática de muitos galileus pagãos (eram da Galiléia e não eram batizados) e que os judeus dali passaram a imitar. E eram essas rezas repetitivas e sem entendimento que Ele censurou. Por outro lado, algo deve ficar bem claro: nada impede que se ore e se repita um mesmo assunto. Lembremo-nos que o próprio Senhor Jesus lançou mão disso (Mt 26.44; Lc 6.12- Num daqueles dias, Jesus saiu para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus.).
“uma expressão clara da alma”, a oração deve ser como uma conversa com o nosso melhor amigo, por isso devemos expor nossa alma para o Senhor, contar os segredos.
“Os pagãos presumiam”, se refere aos povos gregos, alguns judaizantes imitavam a forma de orar deles. Sabemos que no catolicismo existem orações prontas que os praticantes fazem repetidamente, mas de acordo com esse alerta de Cristo isso não é correto.
“convenceriam a divindade”, se referindo às divindades para as quais os gregos oravam.
“nada impede que se ore e se repita um mesmo assunto”, fazer a mesmo petição a Deus não é falta de fé, falta de fé é não fazer nenhum petição.

2.3. Como orar eficazmente.
A oração do “Pai nosso” é esboço do conteúdo daquilo que devemos orar. Vejamos então como é orar de modo eficaz. “Pai nosso, que estás nos céus” fala de comunhão nossa com o Pai celestial. “Santificado seja o teu nome” mostra que devemos chegar à presença de Deus com adoração. “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” orienta a pedir a vontade de Deus para a nossa vida, família, igreja e nação. “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” é uma petição pela alimentação. “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim...” fala que devemos pedir perdão a Deus, assim como perdoamos os nossos semelhantes. “E não nos induzas a tentação, mas livra-nos...” é um pedido de proteção a Deus. “Porque teu é o reino, e o poder, e a glória” é o término com adoração.
- “esboço do conteúdo daquilo que devemos orar”, quer dizer que devemos tê-la como modelo para as nossas orações.
“Santificado seja o teu nome”, também mostra que devemos honrar nome de Deus diante de todos.  
“Venha o teu reino, seja feita a tua vontade”, pode se entender assim: “Venha o teu reino”, mostra que devemos receber e aceitar o governo de Deus sobre a nossa vida, e “seja feita a tua vontade” mostra que devemos ter obediência ao Senhor, aceitar o que Ele quer e não o que queremos fazer.
- “uma petição pela alimentação”, não somente isso, mas é uma declaração da dependência de Deus pelo que é mais básico e insubstituível na nossa vida que é o alimento.
“como perdoamos os nossos semelhantes”, é uma condicionante e Jesus convidando o seu povo a aceitar e até pedir essa condicionante do perdão de Deus, cada um deve pedir “Pai só me perdoe se eu tiver perdoado o meu irmão!”
“E não nos induzas a tentação”, declarando que nossa vida está nas mãos do Senhor e por isso as tentações vem pela permissão Dele.

3. A respeito do perdão e do jejum.
Ainda ligado à oração, temos duas práticas imprescindíveis: o perdão e o jejum. O perdão e o jejum. O perdão e o jejum como exercícios espirituais, quando praticados com discernimento, ajudam o crente a alcançar grandes experiências na vida cristã.
Significados da palavra jejum:
1 – Abstinência ou abstenção total ou parcial de alimentação em determinados dias, por penitência, orientação religiosa ou ainda por prescrição médica;
2 – Estado de quem não come desde o dia anterior;
3 – Privação ou abstenção de alguma coisa;
4 – Desconhecimento de determinado assunto.

3.1. A importância do perdão na oração.
O pecado separa o homem de Deus. Mesmo que este homem seja servo de Deus, ele precisará do perdão do seu próximo. Porém é necessário que este homem se arrependa e peça perdão a Deus para estar com Ele reconciliado. Como servos de Cristo só alcançaremos o perdão divino caso perdoemos do íntimo o nosso ofensor (Mt 18.35- 
“Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão”.). Não temos permissão para caminharmos magoados com o nosso próximo. Mesmo que ele não peça a nós perdão, nós devemos perdoá-lo.
3.1. A importância do perdão na oração.
“precisará do perdão do seu próximo”, não quer dizer, porém, que estamos atrelado ao nosso próximo, mas que estamos atrelado à nossa conduta para com o nosso próximo, dessa forma devemos fazer a nossa parte buscando o perdão.
“caso perdoemos do íntimo o nosso ofensor”, são dois lados, perdoar ao ofensor e pedir perdão a quem nós ofendemos, isso é concerto, devemos nos concertar com o próximo.

3.2. O que evitar no jejum.
Evitar a aparência de que jejua. O jejum deve ser um exercício espiritual direcionado a Deus, mas secreto em relação aos homens. Logo, deixar de lavar o rosto, deixar o cabelo desalinhado e mostrar o semblante abatido e triste é algo próprio dos hipócritas. Ou seja, daqueles que se apresentam com máscaras, mostrando uma coisa que de verdade não são. Aqueles atores buscam palmas, o serem vistos pelos homens com justiça, mas o jejum, bem como os outros exercícios espirituais, não deve ser assim.
3.2. O que evitar no jejum.
- “a aparência de que jejua”, é o mesmo que evitar a demonstração de espiritualidade através do jejum, vivemos em um tempo onde as pessoas gostam de demonstrar e alguns tentam demonstrar espiritualidade, parecendo que jejuam.
“Aqueles atores buscam palmas”, já não bastasse tantas heresias nas igrejas atualmente, ainda aparecem os hipócritas religiosos que gostam de demonstrar que são mais espirituais do que os demais.
De um modo geral a verdadeira sabedoria é aquela, a qual, os que a possuem não se preocupam em propagar-se sobre nada ao seu respeito, pois esta produzirá no seu portador segurança, confiança e discrição, em contradição aos que não a possuem que precisam de auto-afirmação e por isso sentem a necessidade de serem vistos e reconhecidos através do que fazem, julgando ser bom. 

3.3. O jejum eficaz.
A maneira correta de se jejuar trará ao servo de Jesus Cristo uma recompensa. Todavia, para que isso suceda, precisamos entender que o jejum é uma arma secreta, que, se usada ocasionalmente, assim como o esmolar, deve ser um ato alegre. Uma vez definido o alvo do jejum, que pode ser mostrar a Deus tristeza pelo pecado, ou preparo para maiores desafios espirituais, etc., devemos fugir de todo orgulho espiritual. A maneira de se jejuar ensinada pelo Senhor Jesus é procedermos como se fôssemos a uma festa, ou seja, “unge a tua cabeça e lava o teu rosto”. Para fraseando o que foi dito: “tome um bom banho e passe um bom perfume, como se você fosse a uma festa”.
- “o jejum é uma arma secreta”, o jejum altera o interior do servo de Cristo, mortificando sua carne e elevando sua força espiritual, e como arma secreta deve ser usado secretamente.
“tristeza pelo pecado, ou preparo para maiores desafios”, não há uma regra básica para o jejum apenas sabemos que ele deve ser para a dedicação total num propósito específico.

Conclusão.
Vimos ao longo desta lição que o senhor Jesus Cristo nos ensina usando contrastes. Ele mostra a forma errada e a certa de realizarmos as práticas devocionais. Sendo assim, somos desafiados a vivermos um cristianismo disciplinado, porém jubiloso.
“nos ensina usando contrastes”, o contraste é a mostrar algo para que se apareça o seu oposto, pode ser mostrar o mal para que demonstre o bem.
“mostra a forma errada e a certa”, Jesus apontou o erro dos fariseus para ensinar a forma correta de fazer.

Questionário.
1. Segundo a lição, qual era a primeira prática da piedade judaica?
R: Dar esmolas (Mt 6.1).

2. O que significa “ser vistos pelos homens”?
R: A prática de exercícios espirituais visando glorificação humana (Mt 6.2).

3. O que presumiam os pagãos com as vãs repetições?
R: Presumiam que seriam ouvidos (Mt 6.7).

4. O “Pai nosso” é um esboço de quê?
R: Do conteúdo daquilo que devemos orar (Mt 6.9-13).

5. O que se deve evitar no jejum?
R: Evitar a aparência de que se jejua (Mt 6.17).