Texto Áureo
“E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte,
e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos.” (Mt 4.18).
Verdade Aplicada
Os pertencentes ao Reino dos Céus são conhecidos pelo seu
caráter, convicção e grande alegria.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
* DESCREVER as bem-aventuranças de acordo com o
ensino de Jesus;
* MOSTRAR o que é felicidade e quem a possui;
* ENSINAR os
porquês da felicidade dos pertencentes ao Reino dos Céus.
Textos de Referência
Mt 5.3 – Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino
dos céus;
Mt 5.4 – Bem-aventurados
os que choram, porque eles serão consolados;
Mt 5.5 – Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
Mt 5.6 – Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque
eles serão fartos;
Mt 5.7 – Bem-aventurados os misericordiosos, porque ele alcançarão
misericórdia;
Mt 5.8 – Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a
Deus;
Mt 5.9 – Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados
filhos de Deus.
Mt 5.10 - Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o
reino dos céus.
Mt 5.11 - Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos
perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós.
Introdução
Bem-aventuranças são o estado permanente da perfeita satisfação e plenitude apenas alcançada pelos súditos do Reino. Isso significa que os Seus discípulos precisam aprender dEle como serem felizes desde já.
INTRODUÇÃO
O ensino de Jesus acerca das Bem-aventuranças é
uma das citações mais conhecidas e sublimes do “Sermão do Monte” e
consequentemente do Evangelho de Mateus. Constitui-se também uma das mais belas
páginas das Escrituras Sagradas, o qual fala sobre a valorização da vida
humana, bem como a satisfação e a felicidade que se podem alcançar quando se
coloca em prática os princípios espirituais nelas inseridas. As
bem-aventuranças não são palavras para serem decoradas, mas vividas; não
constituem um estatuto, um código de regras e leis abstratas para serem
cumpridas, mas indicações de qual deve ser a qualidade de vida que devemos
viver; também, não são promessas apenas para o futuro, mas bênçãos que podemos
experimentar hoje! Eis aqui uma excelente oportunidade de aprendermos sobre a
felicidade e de como obtê-la.
1. A descrição das bem-aventuranças.
Jesus enunciou aos Seus discípulos uma série de bem-aventuranças. Será que elas têm importância para nós hoje? Sim, elas são um modo de expressarmos um caráter que glorifique ao Pai e de nos realizarmos como súditos do Reino e discípulos de Jesus.
1. A DESCRIÇÃO DAS BEM-AVENTURANÇAS
Nas descrições de Jesus acerca das
bem-aventuranças a verdadeira felicidade não depende do que temos ou fazemos,
mas do que somos. Jesus mostra que a felicidade é algo que está dentro de nós,
que se instala no interior de nossos corações, independentemente das
circunstâncias exteriores. Por isto, tanto nas bem-aventuranças, quanto no
restante do Sermão do Monte, as instruções de Jesus dão ênfase ao que somos e,
só em segundo ou último plano, ao que fazemos ou temos. Jesus proclama
bem-aventurado quem é pobre ou humilde de espirito, manso, misericordioso,
pacificador etc. Jesus não diz que basta fazer um gesto de misericórdia ou de
mansidão para ser feliz, mas que isto precisa ser um traço constitutivo da
pessoa. Seus ensinos são exatamente o oposto do ensino dos escribas e fariseus,
para os quais o mais importante era o “fazer”, bem como à dos dias atuais, cuja
ênfase está no “ter”. As instruções de Jesus sobre a felicidade dos humildes de
coração (Mt 5.3), a felicidade dos que choram na certeza do consolo do Senhor
(Mt 5.4), a felicidade dos mansos que se encurvaram diante da grandeza e da
graça de Deus (Mt 5.5), a felicidade daqueles que tem fome e sede de justiça
(Mt 5.6), a felicidade dos misericordiosos (Mt 5.7), a felicidade dos puros de
coração (Mt 5.8), a felicidade dos pacificadores que buscam a paz e empenham-se
para alcançá-las (Mt 5.9), a felicidade dos que são perseguidos por causa da
justiça ou do Seu nome (Mt 5.10-12), demonstram na prática que o que somos é
mais relevante do que o que fazemos ou temos. Jesus deixa claro que a
verdadeira felicidade é “um estado da alma”, “um bem estar íntimo” desfrutável
somente por aqueles “são” e não necessariamente por aqueles que “tem” ou
“fazem” alguma coisa.
1.1. A primeira tríade das bem aventuranças.
Bem-aventurado no grego é “macários”, que significa “estado de felicidade profunda”, cujo sinônimo perfeito no português é beatitude. Da mesma raiz latina “beatus”, que significa “feliz”. Deus nos preparou um caminho de felicidade ligado à ética. Felizes são os humildes de espírito em relação a Deus e ao próximo e não os soberbos desse mundo. Afortunados são os que choram, não por tristeza comum, mas por sofrerem pelo Reino dos céus. Felizes são os mansos, capazes de manterem a força da paciência quando sofrem oposição e são insultados.
1.1. A primeira tríade das bem-aventuranças
O assunto deste domingo é extenso e longo,
geralmente estudado em um trimestre inteiro. Portanto, difícil de atingir o
objetivo em apenas 50 minutos de aula. Por esta razão os professores devem
sintetizar bem os tópicos propostos. O termo “bem-aventurado” vem do latim “beatus” significando “abençoado” ou
“feliz” e por essa razão são também chamados de beatitudes. Ele aparece nove
vezes nesse texto e sua ênfase básica reside naquilo que há de mais interior em
nosso ser. O comentarista as divide em três conjuntos de três e as explana de
forma sucinta. O primeiro conjunto das bem-aventuranças propostas pela lição é: a) “Bem-aventurados os pobres de
espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.3); Evidentemente, o significado aqui não é de
pobreza no sentido material ou social. Aqui, a expressão do termo “pobre de
espírito” significa reconhecer humildemente que não é nada e colocar sua
confiança em Deus. Na visão de Jesus, a felicidade está intimamente ligada com
a humildade, e humildade a uma honesta avaliação do próprio ser. Quando
reconhecemos nossas limitações e fraquezas, então, compreenderemos toda a nossa
incapacidade e isto não nos dar motivos de se orgulhar. Aquele que é humilde e
reconhece suas falhas tem então condições de buscar suficiência em Deus que tem
para lhe dar. Quando nos achamos autossuficiente e não buscamos em Deus, a
nossa capacidade de ação se limita a nós mesmo. Mas quando buscamos no Senhor,
Ele coloca todo o Reino dos Céus e todos os seus recursos à nossa disposição
para sermos felizes; b) “Bem-aventurados os que
choram, porque eles serão consolados”
(Mt 5.4). Aqui, a ideia do choro não é necessariamente de
lamento natural por alguma perda e nem uma autocomiseração em que o indivíduo
se entrega a um estado de lamuria. Na vida nem todo choro é abençoado e nem
toda tristeza encontra consolo! O choro, aqui destacado por Jesus, vem de um
coração quebrantado (2 Co 7.10). Felizes são os que podem quebrantar-se num
mundo tão entenebrecido! A estes, Deus promete consolar! Quando não aprendemos
a nos quebrantar diante de Deus, nos tornamos endurecidos e não há consolo para
nós (Sl 32.3-4). Mas o choro de uma alma abatida e arrependida sempre será
acolhido por Deus. Como está difícil encontrar homens e mulheres que,
sinceramente, derramem sua alma diante de Deus. Pessoas que manifestam nas
lágrimas e nas confissões sua total dependência de Deus (Tg 4.9; 1 Co 5.2). O Senhor
ama aquele que tem um espírito quebrantado e coração contrito (Sl 51.17); c) “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra” (Mt
5.5). Ser manso se contrapõe ao ódio, à violência e
ao estilo agressivo de se conquistar alguma coisa. Não significa também
fraqueza ou covardia, é, antes de tudo, uma força que temos sob o controle de
Deus. É uma virtude que representa um aspecto do caráter daqueles que
permanecem calmos diante dos insultos. Indicam que nossa força e nossa
vitalidade são controladas pelo Espírito Santo. Para Jesus, manso é aquele que
continuamente submete sua natureza e vontade à vontade de Deus. Ele mesmo
declara: “... e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e
achareis descanso para as vossas almas” (Mt 11.29). Jesus nunca foi um
fraco, antes, porém foi manso e dócil à vontade do Pai.
1.2. A segunda tríade das bem-aventuranças.
Prósperos são “os que têm fome e sede de justiça” e não os que folgam com a injustiça e a causam. O sentimento da busca pela justiça que vem dos céus deve ser tão forte como a fome, em que a pessoa sinta dor e não seja capaz de pensar facilmente noutras coisas. Os súditos do Reino devem ser cheios de misericórdia e não insensíveis à miséria alheia. Devemos demonstrar a prática da bondade em favor dos miseráveis e aflitos. “Os limpos de coração” são aqueles que cultivam internamente o temor a Deus e se santificam. Os tais terão uma visão beatífica, que é o próprio Deus!
1.2. A segunda tríade das bem-aventuranças
O segundo conjunto das bem-aventuranças
propostos na lição é: a) “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos” (Mt 5.6). Quando se fala de fome e sede de justiça, não
se quer dizer faminto e sedento de vingança. A Bíblia diz que a vingança
pertence a Deus (Rm 12.19). A questão levantada por Jesus se refere à fome e
sede de justiça interior. A vida cristã é para aqueles que têm o desejo ardente
por justiça e retidão interior. Quando olhamos para o nosso interior devemos
ver a nossa injustiça, precisamos enxergar o pecado que não gostaria de ver e
saciarmos da justiça de Deus. Paulo clama: “miserável homem que sou; quem me
livrará...?” (Rm 7.24 – Veja também os capítulos 6 e 7 de Romanos). Ele
sente fome e sede de ser justo. Aqueles que procuram esta justiça com
verdadeira fome e sede serão fartos por Jesus e pela atuação do Espírito Santo
trabalhando suas vidas; b) “Bem-aventurados os
misericordiosos, porque ele alcançarão misericórdia” (Mt 5.7). A condição pessoal das pessoas não
misericordiosas é tal que elas são incapazes de receber. Na natureza da
misericórdia não pode haver recepção sem doação. Dividir amor entre as pessoas
é uma das coisas que mais pode trazer realização à vida de um cristão.
Infelizmente, negligenciamos muito o exercício da misericórdia. Em Atos, Paulo
declara aos presbíteros de Éfeso que há muito mais felicidade em dar do que em
receber (At 20.35). Ele podia declarar isso, já que ele dera tudo, inclusive a
sua “própria vida” em prol deles. Usar de misericórdia nos ajudará a entender
um pouco da imensa misericórdia que Deus precisou exercer para conosco (Gl
6.7); c) “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus”
(Mt 5.8). O termo “limpos de
coração” deve ser entendido como “pureza interior”. Não é algo externo ou
aparente, com o objetivo de ser apreciado pelos homens, mas algo que parte do
interior do indivíduo (1Ts 5.23). Em outras palavras significa o estado de
pureza tanto da mente como dos sentimentos. São desejos e sentimentos puros,
sinceros e genuínos. É uma vida transparente, onde o exterior reflete a pureza
interior (Sl 24.4). Jesus coloca essa pureza como condição básica e
indispensável àqueles que buscam habitar com Deus e serem felizes.
1.3. A terceira tríade das bem-aventuranças.
Os pacificadores são aqueles que não apenas amam a paz, ou aqueles que preferem a paz do que a uma “boa demanda”, mas são aqueles que promovem pacificação de fato. São os que têm maturidade suficiente para reconciliar inimigos. Os tais tornam-se participantes da natureza divina, ou seja, filhos de Deus. A seguir, “os que sofrem perseguição por causa da justiça” são agentes de transformação de um sistema corrupto e injusto que não se renderão, seja no âmbito religioso, político ou os dois simultaneamente. Na mesma categoria estão os que sofrem perseguição por amor a Cristo. São vítimas de calúnias, perseguição e toda sorte de mentiras. A estes pertencem não só o Reino, mas também o galardão.
1.3. A terceira tríade das bem-aventuranças
O terceiro conjunto das bem-aventuranças
propostos pelo comentarista é: a) “Bem-aventurados os pacificadores, porque
eles serão chamados filhos de Deus” (Mt 5.9). O pacificador
é alguém que, antes de tudo, tem paz em si mesmo. Na Bíblia o termo abrange
também o sentido de harmonia. Assim, promover a paz e levar a paz aos corações
dos que não tem é um exercício dos filhos de Deus. Os pacificadores são aqueles
que não apenas amam a paz, mas aqueles que promovem a paz de fato (Mt 5.9). É
ativo em promover a paz e a harmonia entre seus semelhantes. Não olham apenas o
seu interesse, mas cuida também dos interesses de Deus e do próximo; b) “Bem-aventurados os perseguidos por causa
da justiça, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.10). Aqui, Jesus trata daqueles que sofrem perseguição por ser justo. Nem
toda perseguição que o crente passa, é necessariamente, perseguição por amor à
Cristo. O mundo tem sido considerado um vale de lágrimas e um verdadeiro
laboratório de sofrimento, em grande parte, utilizados com ações de injustiças.
Naturalmente, não é fácil sofrer perseguições e/ou injustiças sem revidar com
agressões, sem pagar com a moeda da vingança. Mas, se o cristão paga o mal com
o mal, qual a diferença dele para o descrente? Jesus não revidou contra seus
agressores e Ele quer que o nosso comportamento também seja esse (Rm 12.17-21).
Para Jesus, sofrer perseguição por causa da justiça e não revidar é o mesmo que
brilhar na escuridão e ser referencial divino para a humanidade; c) “Bem-aventurados
sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo,
disserem todo o mal contra vós” (Mt 5.11). Já aqui, Jesus
trata daqueles que são perseguidos por amor a Ele. Jesus nunca enganou ninguém
dizendo que quem seguí-Lo teria um “mar de rosas” à sua frente! Ao contrário,
Ele foi muito claro quando disse que quem se dispusesse a segui-lo teria de
enfrentar o sofrimento, as aflições e as perseguições (Jo 16.33; 15.20; Mt
16.24; 10.16-22). O próprio Senhor, os apóstolos e os profetas são exemplos de
perseguidos (Mt 5.12; At 12.1-5; 1 Pe 2.21-24; 4.13-14). Todavia, o sofrimento
e as aflições por causa Dele deve nos trazer alegria, pois ninguém persegue
quem é inútil, sem compromisso ou indecisos, mas somente aqueles que têm fé
genuína, são sinceros e tem compromisso (Mt 5.12; 1Pe 4.13-17; At 5.41). Em
outras palavras: Só o crente verdadeiro é perseguido e a perseguição torna-se a
prova de nossa lealdade! Na hora da perseguição quem é fiel permanece, quem não
é, abandona (Mt 13.21).
2. De quem são as bem-aventuranças?
A felicidade é um estado pertencente aos que nasceram de novo, tornando-se assim filhos de Deus (Jo 1.12). É tanto um estado quanto um direito assegurado aos herdeiros de Deus em Cristo Jesus, nosso Senhor.
2. DE QUEM SÃO AS BEM-AVENTURANÇAS?
O ensinamento das bem-aventuranças vale para
todos os homens, tanto cristãos como não cristãos. As Boas Novas proclamadas
por Jesus deve transformar a existência dos que a recebem (Is 61.1-2).
Portanto, as bem-aventuranças não foram ministradas ou elaboradas para uma
classe privilegiada de pessoas e/ou “elite espiritual”, mas para todos os que
desejam e a utilizam como um padrão de vida. No entanto, as bem-aventuranças
determinam o “ânimo interior” dos súditos do reino dos Céus e visam mostrar as
marcas de Cristo em suas vidas. Na realidade, a bem-aventurança é o próprio
Senhor participado pelo homem (Mt 11.29; Lc 17.21), quer de maneira parcial
concedido através do Fruto do Espírito (Gl 5.22), quer de forma mais complexa
através da comunhão de vida com Ele (Jo 15.11). O homem natural não as consegue
viver, pois, para eles tudo parece um absurdo. Acham difícil ser feliz sendo
humilde ou chorando, sendo manso ou sedento de justiça, sendo perseguido ou
injuriado; e, iludidos acham que pode, facilmente, encontrar felicidade no
hedonismo ou no liberalismo. Mas, para nós cristãos, a verdadeira felicidade só
é encontrada nestas virtudes espirituais ensinadas por Cristo. Quem as segue
são de fato abençoados, felizes, alegres etc.
Há dois aspectos em relação ao reino dos Céus referindo-se ao indivíduo: situação e tempo. Em relação à situação, é estar dentro ou fora do Reino. Para os que estão dentro pelo novo nascimento há o aspecto presente e porvir do Reino de Deus. Portanto, esse estado de felicidade pertence aos discípulos de Cristo, aos que ouvem e atendem a Sua Palavra. Ou seja, aos que estão dentro do Reino pelo novo nascimento e obediência. Qual a sua situação em relação ao Reino de Deus? Você já experimentou o novo nascimento?
2.1. Dos que pertencem ao Reino dos Céus
As bem-aventuranças são virtudes que devem ser
encontradas principalmente na vida dos que pertencem ao reino dos céus. Elas
constituem uma declaração das bênçãos e da felicidade, que em parte já
experimentamos, e outras, que serão gozadas plenamente na vida futura. Jesus
não disse: Bem-aventurado serão..., mas bem-aventurados são os...
. Não seremos felizes só no futuro quando chegarmos ao céu, seremos felizes
também no presente, a caminho do céu. Somos felizes, agora, por causa da
esperança do futuro que está aberto para nós! Então, Por quê muitos que estão
em Cristo não são felizes? Infelizmente, porque muitos ainda não se deram conta
ou não tomaram consciência destes fatos. Jesus quer que seus discípulos sejam
pessoas felizes. As bem-aventuranças vem exatamente mostrar como seremos
abençoados e felizes se fizermos dela um estilo de vida. Aqueles que foram
alcançados pelo evangelho são homens e mulheres humildes, amorosos, fiéis,
corajosos, etc. Ainda não são perfeitos, mas são convertidos. Seus interesses e
desejos se voltam totalmente em direção ao Reino dos céus.
2.2. Dos que cultivam as virtudes do Reino.
As virtudes arroladas pelo Senhor Jesus Cristo nas bem-aventuranças são: humildade, choro, mansidão, sede e fome de justiça, misericórdia, santificação a partir do coração e o ser perseguido por causa da justiça e por amor a Cristo. Para alguns, nem todas deveriam ser consideradas virtudes, pois o choro e a mansidão poderiam ser consideradas como fraquezas. Não devemos nos preocupar com isso, pois Jesus determinou como virtude. A mentalidade natural nunca entenderá as coisas do Espírito (1Co 2.14). Paulo também discorre sobre a maioria das bem-aventuranças, porém ele as chama de fruto do Espírito.
2.2. Dos que cultivam as virtudes do Reino
As bem-aventuranças na verdade são
características daqueles que cultivam e as tornam expressões nos seus convívios
diários. A humildade, a mansidão, a fome e sede de justiça, a misericórdia, a
pureza, a paz, a perseverança, revelam no nosso dia a dia como cristãos. Não
são características para serem desenvolvidas às escondidas, mas para serem
vividas em todos os âmbitos de nossa existência.
2.3. Dos que sofrem pela justiça e por Cristo.
A felicidade que Jesus fala não abre mão do sofrimento. Se observarmos, o sofrimento se faz presente desde a primeira bem-aventurança até a última. Vivemos num mundo que idolatra a soberba e a autossuficiência. Dessa maneira, a humildade não é bem-vinda e ainda merece desprezo, oposição velada ou até mesmo escárnio. Ser fiel a Deus é suportar essas coisas com paciência e resignação até a morte. Ninguém gostaria de sofrer ou sentir alguma dor por coisas boas, mas o mundo se afastou de tal maneira de Deus que não tem como ser diferente. Há lugares em que cristãos são presos, torturados, confiscados os seus bens, entre outros. Entretanto, eles não devem ser considerados desafortunados, mas venturosos.
2.3. Dos que sofrem pela justiça e por Cristo
Grande parte dos cristãos nos dias de hoje
talvez tenha dificuldade de entender esse conceito e principio ensinado por
Jesus. Os cristãos primitivos e da igreja dos séculos seguintes entenderam
muito bem. Foram crucificados, entregues às feras, queimados vivos, amarrados
aos postes etc. Eles foram perseguidos por causa da justiça e pelo nome de
Jesus. Ainda hoje, em alguns lugares, há os que sofrem perseguição por causa do
evangelho. A possibilidade hoje de os cristãos serem hostilizados e perseguidos
por causa de sua fé, mesmo em lugares mais tranquilos, é algo perfeitamente
previsível, pois, não há como ser amigo do mundo e, ao mesmo tempo, agradar a
Deus. A esses o Senhor promete que “deles é o Reino dos Céus”.
3. Os porquês das bem-aventuranças.
As bem-aventuranças são seguidas de oito porquês. Isso indica uma ênfase de Jesus Cristo em mostrar a razão delas. Significando também que a fé cristã não é “um tiro no escuro” e nem há surpresas totais, posto que Jesus é absolutamente transparente e a felicidade profunda do Reino é garantida.
3. OS PORQUÊS DAS BEM-AVENTURANÇAS
As bem-aventuranças constituem-se nas promessas
dos benefícios inerentes ao Reino dos Céus, pois só os que pertencem a ele
saberão o que significa: ser parte do Reino dos Céus (Mt 5.3b), ser consolado
(Mt 5.4b), herdar a terra (Mt 5.5b), ser fartos (Mt 5.6b), alcançar
misericórdia (Mt 5.7b), ver a Deus (Mt 5.8b), ser chamados de filhos de Deus
(Mt 5.9b), etc. Assim, a verdadeira felicidade pertence aos súditos do Reino
dos Céus e não é proveniente do ter ou fazer algo, mas de estar em Cristo e ser
por Ele salvo.
3.1. As promessas aos felizes.
A vida cristã é feliz por ser resultado da comunhão, da presença de Deus e da perseverança dos santos. Mas a verdade é que nem sempre isso pode ser constatado. A explicação está na ausência de alguma das coisas supracitadas, ou de todas elas, tornando essa pessoa um cristão nominal, mas de fé morta. Porém, ao nos voltarmos para as bem-aventuranças, elas estão cheias de ditosas promessas: “serão consolados”, “herdarão a terra” etc. Assim, o fiel Deus tem um constante sentimento auspicioso.
3.1. As promessas aos felizes
É imprescindível que saibamos distinguir entre
a falsa e a verdadeira felicidade. A grande maioria das pessoas naturais
“aprenderam” a exibir uma “felicidade artística”, para benesses de sua própria
imagem. Entretanto, no seu isolamento, longe dos holofotes, são tristes,
deprimidos e carentes de felicidade. Outros imaginam que um bom casamento, uma
família ajustada, um emprego seguro ou ter bastante dinheiro trará felicidade e lutam de forma
famigerada para alcançá-la e quando conseguem alcançar descobrem que continuam
infelizes. O caminho proposto por Jesus para se alcançar a felicidade não é
nenhum destes e nem um sistema religioso estático, morto e sem expressão, mas
um padrão de vida abundante que brota do interior. Um estilo operante que lança
fora os atos exteriores e mecânicos da vida, para uma motivação interior que é
fazer a vontade de Deus (Sl 34.8).
3.2. A alegria da esperança dos felizes.
A alegria do cristão não é um sentimento que este passivamente torna-se recebedor. É antes o resultado de uma escolha, de um cultivo e de obediência. Note que o Senhor Jesus diz: “Exultai e alegrai-vos, porque grande é o vosso galardão nos céus” (Mt 5.12). Paulo também fala sobre a alegria sob a mesma perspectiva (Rm 12.12; 2Co 13.11; Fp 4.4). Pela comunhão que cultivamos, já temos o fruto do Espírito denominado gozo, mas ante a expectativa de tais promessas devemos nos exultar e alegrar. Infelizmente, nem todos compreendem e obedecem esta palavra Jesus. Ao contrário, são manhosos, murmuradores e cheios de autopiedade, passando uma impressão muito negativa. Porém, haverá sempre os fiéis que exultam na esperança.
3.2. A alegria da esperança dos felizes
A alegria da esperança dos felizes está
primeiramente em Deus. Felicidade é ter Deus dentro de si (Lc 16.19-31;
12.13-21). É impossível alguém alcançar a felicidade longe de Deus. Assim, a
esperança da felicidade consiste primeiramente no reencontro do homem com o seu
criador, isto é, na conversão gerada pelo novo nascimento (Jo 3.3) e, depois,
quando adotamos os ensinamentos de Cristo como padrão de vida. Somente a graça
e a operação do Espírito Santo são capazes de produzir em nós a verdadeira
felicidade.
3.3. O resultado da identidade dos felizes.
As bem-aventuranças são atitudes e sentimentos que geram uma identidade de filhos de Deus. Os filhos de Deus têm uma maneira própria de pensar, de agir e de sentir que os tornam parecidos com o Pai celestial. É dessa maneira que eles são sal e luz do mundo, ou seja, toda uma vida que agrada a Deus e gera a glorificação do Seu Santo Nome. Somos desafiados a brilharmos diante dos infiéis com boas obras e dessa maneira glorificarmos ao Pai celestial. O apóstolo Pedro mais tarde também escreve sobre o assunto (1Pe 2.12). Este é um alvo que devemos perseguir.
3.3. O resultado da identidade dos felizes
As virtudes das bem-aventuranças geram em nós uma identidade de filhos
de Deus (Mt 5.9) e estreitam ainda mais os laços de nossa comunhão com Ele. O
crente é uma pessoa alegre, pois há um novo cântico nos seus lábios, há uma
nova alegria em seu coração. Essa alegria está também ligada à esperança da
vida eterna. A verdadeira felicidade em nossa vida não depende de modo algum
das pessoas que estão à nossa volta, nem dos acontecimentos da nossa vida, nem
mesmo das circunstâncias em que nos encontramos. Depende do esforço de cada um
em querê-la de fato dentro de si. Infelizmente muitos cristãos ainda não
experimentaram plenamente em sua vida porque não alcançaram o pleno
conhecimento do reino dos céus e nem colocaram em prática os ensinos de Jesus e
os princípios das bem-aventuranças. O resultado dos ensinos de Cristo
estabelece com clareza e objetividade os elevados padrões espirituais para a
vida dos filhos de Deus.
Conclusão.
As bem-aventuranças são tanto um estado de felicidade quanto um compromisso ético daqueles que são filhos de Deus, cujo objetivo final é, através do novo pensar, ter um estilo de vida que glorifique a Deus.
CONCLUSÃO
A verdadeira felicidade em nossa vida somente ocorrerá quando alcançarmos
a plena compreensão e a prática dos ensinos das bem-aventuranças. Estes são os
caminhos traçados por Jesus para quem deseja a felicidade. Não é simples nem
imediato. Não depende dos outros, mas unicamente de cada um de nós, se
procurarmos fazer desse ensino o ideal de vida.
Questionário.
1. O que significa bem-aventurança?
Felicidade profunda
2. O que a mentalidade natural nunca entenderá?
As coisas do Espírito
3. De quem são as bem-aventuranças?
Dos que pertencem ao Reino dos Céus.
4. Quantos são os porquês das bem-aventuranças?
Oito Por quês
5. A alegria de Cristo em nós é resultado de quê?
Felicidade profunda
2. O que a mentalidade natural nunca entenderá?
As coisas do Espírito
3. De quem são as bem-aventuranças?
Dos que pertencem ao Reino dos Céus.
4. Quantos são os porquês das bem-aventuranças?
Oito Por quês
5. A alegria de Cristo em nós é resultado de quê?
De uma escolha, cultivo e obediência