sábado, 11 de agosto de 2018

Lição 7 - O Decálogo: a aliança no Sinai

TEXTO ÁUREO

"As palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada em forno de barro purificada sete vezes." (Sl 12.6)

VERDADE APLICADA

        Os mandamentos de Deus expressam os Seus propósitos para o povo de Israel.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
1 - Mostrar que os Dez Mandamentos expressam como o povo deveria viver;
2 - Explicar os propósitos da Lei;
3 - Evidenciar a atualidade dos Dez Mandamentos.

TEXTO REFERÊNCIA
 Êxodo 20:1-5 
1 - Então falou Deus todas estas palavras, dizendo:
2 - Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
3 - Não terás outros deuses diante de mim.
4 - Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
5 - Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem.

INTRODUÇÃO
Deus estabeleceu um pacto com o povo de Israel no monte Sinai. A partir desse momento, o povo teria obrigações a cumprir, pois a vida e a morte estavam condicionadas aos mandamentos de Jeová.

1. O início da Aliança no Sinai.
Ao ler narrativa de Êxodo 19.18, vemos que o monte fumegava e tremia, pois o Senhor descera nele como fogo. Foi neste ambiente de glória e manifestação que Deus estabelece um pacto com o Seu povo, transmitindo os Dez Mandamentos, a fim de instruir acerca da Sua vontade.

1.1. Conceituando o termo Decálogo.
O terno "Decálogo", vem do grego "deka", "dez". e "logos", "palavra". Literalmente significa "dez enunciados" ou "declarações", fazendo alusão aos Dez Mandamentos dados por Deus ao Seu povo (Êx 34.28; Dt 4.13). Além de ter sido proferido por Deus, foi também escrito pelo próprio Deus em tábuas de pedras. Os Dez Mandamento são a lei absoluta, os princípios que envolvem tudo e não dão dão margem a qualquer exceção. 

O Decalogo Êxodo 20.1-5,7-10,12-17 :
1º Mandamento — Não terás outros deuses diante de mim.
2º Mandamento — Não farás imagens de escultura.
3º Mandamento — Não tomarás o nome de Deus em vão.
4º Mandamento — Lembra-te do sábado, para o santificar.
5º Mandamento — Honra o teu pai e a tua mãe.
6º Mandamento — Não matarás.
7º Mandamento — Não adulterarás.
8º Mandamento — Não furtarás.
9º Mandamento — Não dirás falso testemunho.
10º Mandamento — Não cobiçarás.
“O Dez Mandamentos
Os Dez Mandamentos, aqui registrados (cf. Dt 5.6-21), foram escritos pelo próprio Deus em duas tábuas de pedra e entregues a Moisés e ao povo de Israel (31.18; Dt 4.13; 10.4). A guarda dos mandamentos proveu um meio de Israel procurar viver em retidão diante de Deus, agradecido pelo seu livramento do Egito; ao mesmo tempo, tal obediência era um requisito para os israelitas habitarem na Terra Prometida (Dt 41.14; 14 [...]).
(1) Os Dez Mandamentos são o resumo da lei moral de Deus para Israel, e descrevem as obrigações para com Deus e o próximo. Cristo e os apóstolos afirmam que, como expressões autênticas da santa vontade de Deus, eles permanecem obrigatórios para o crente do NT (Mt 22.37-39; Mc 12.28-34; Lc 10.27; Rm 13.9; Gl 5.14; Lv 19.18; Dt 6.5; 10.12; 30.6). Conforme esses trechos do NT, os Dez Mandamentos resumem-se no amor a Deus e ao próximo; guardá-los não é apenas uma questão de práticas externas, mas também requer uma atitude do coração [...]. Logo, a lei demanda uma justiça espiritual interior que se expressa em retidão exterior e em santidade.
(2) Os preceitos civis e cerimoniais do AT, que regiam o culto e a vida social de Israel [...] já não são obrigatórios para o crente do NT. Eram tipos de sombras de coisas melhores vindouras, e cumpriram-se em Jesus Cristo (Hb 10.1; Mt 7.12; 22.37-40; Rm 13.8; Gl 5.14; 6.2). Mesmo assim, contêm sabedoria e princípios espirituais a todas as gerações [...]” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.145).

1.2. Os quatro primeiros mandamentos.
Ao analisar os Dez Mandamentos, percebemos que os quatro primeiros tratam diretamente sobre a reverência a Deus. A característica distintiva do Decálogo é evidente nos primeiros dois mandamentos.
No Egito, muitos deuses eram adorados. Os habitantes de Canaã eram politeístas, mas Israel deveria ser diferente. Na qualidade de povo peculiar de Deus, deveriam se caracterizar por devoção singular e exclusiva a Deus. Nem mesmo uma imagem ou semelhança a Deus seria permitida, consequentemente, a idolatria seria uma das priores ofensas da religião de Israel. Nossa adoração e culto devem ser dirigidos única e exclusivamente a Deus. Infelizmente, há muitos ídolos ocupando o coração dos cristãos. Estes ídolos podem ser: o acúmulo da riqueza, a busca pelo sucesso ou pela fama, entre outros. Existem muitas pessoas na igreja se arruinando por abrigar ídolos no secreto do coração. Um outro ponto a considerar neste tópico é a reverência com o nome de Deus em questões profanas e frívolas.
É bastante óbvio que a intenção dos quatro primeiros mandamentos difere da intenção dos outros seis. Os quatro primeiros tratam do relacionamento com Deus, enquanto os outros seis regulam relacionamentos interpessoais. Talvez seja significativo que o mandamento acerca dos pais seja o primeiro no âmbito interpessoal [...]. Ocorre uma guinada do Criador para o procriador; a vida de uma pessoa se deve a ambos.
Ao ser perguntado sobre o mais importante mandamento (como se eles pudessem ser organizados hierarquicamente), Jesus citou Deuteronômio 6.5: ‘Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento’ (Mt 22.37), o que reduziu o primeiro mandamento a uma única frase. Apesar de não lhe pedirem maiores esclarecimentos, Jesus prosseguiu falando: ‘e o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo’ (Mt 22.39). Isso condensa em uma única oração os últimos seis mandamentos. Observe que Jesus insiste que o amor pode ser determinado. Isso não seria uma profanação do amor? O amor não é algo a ser voluntariamente dado? Ao colocar o amor num contexto de exigência ou mesmo de imposição, Jesus dá a entender que o amor por Deus e pelo próximo se baseia na vontade, não em emoções.
Logo após ser orientado por Jesus sobre o cumprimento do mandamento como requisito para a vida eterna, o rico perguntou: ‘Quais?’. Jesus não disse nada sobre os quatro primeiros mandamentos, mas apenas sobre o segundo grupo. Até mesmo a ordem que eles são citados é interessante: sexto, sétimo, oitavo, nono e quinto. A falta de amor entre irmãos impede a possibilidade do amor de Deus e torna obscura qualquer expressão de amor por Deus (uma das mensagens de 1 João)” (HAMILTON, V. P. Manual do Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. 1 ed., RJ: CPAD, 2006, p.218-19)

1.3. Mandamentos de relacionamento familiar.
Na segunda divisão, feita para um propósito didático, encontramos os seis últimos mandamentos, cujo o teor são os relacionamentos humanos, sintetizados da seguinte maneira: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo. O quinto mandamento fala do relacionamento familiar, onde os filhos precisam reconhecer a autoridade espiritual e que seus pais estão em posição superior a eles. O apóstolo Paulo, ao escrever sobre diversos assuntos relacionados ao ambiente familiar, amplia esta ideia, quanto à honra do filhos para com o pai, ao usar a expressão "Para que te vá bem" (Ef 6.3).
1. O quinto mandamento. “Honra a teu pai e a tua mãe” (Êx 20.12). Honrar é respeitar e obedecer, por amor, à autoridade dos pais, e com eles cooperar em tudo. É o primeiro mandamento contendo uma promessa de Deus: “Para que se prolonguem os teus dias”.
2. O sexto mandamento. “Não matarás” (Êx 20.13). No original, o termo rasah equivale a matar o ser humano de modo doloso, premeditado, planejado. Este mandamento ressalta a sacralidade da vida humana como dádiva de Deus (At 17.25-28). Há também aqueles que matam o próximo no sentido moral, social e espiritual, mediante a mentira, a falsidade, a difamação, a calúnia, a maledicência e o falso testemunho (1Jo 3.15). Atualmente há muitos que foram atingidos mortalmente em sua honra e praticamente “morreram”.
3. O sétimo mandamento. “Não adulterarás” (Êx 20.14). Este mandamento do Senhor está vinculado à sacralidade, pureza e respeito absoluto ao sexo, ao matrimônio e à família. O adultério é um ato sexual ilícito e pecaminoso, de um cônjuge com outra pessoa estranha ao casamento. Enquanto a lei condenava a prática do ato, o Novo Testamento vai além — condena os motivos ocultos no coração que levam ao adultério (Mt 5.27,28). Portanto, mais que condenar o ato praticado, Deus espera que em todo o tempo dominemos nossos desejos e nos submetamos ao domínio do Espírito Santo.
4. O oitavo mandamento. “Não furtarás” (Êx 20.15). Furtar é apoderar-se oculta ou disfarçadamente daquilo que pertence a outrem. Isso abrange toda forma de desonestidade, de mentira, de ocultação, por palavra e por atos. É preciso respeitar os bens dos outros. Ter honestidade e pureza nos atos; no viver, no agir, no proceder.
5. O nono mandamento. “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Êx 20.16). Este mandamento do Senhor trata da nossa honestidade e sinceridade no uso da palavra em relação aos outros. Falso testemunho é falar mal dos outros; acusar e culpar injustamente; difamar; caluniar; mentir (Tg 4.11).
6. O décimo mandamento. “Não cobiçarás” (Êx 20.17). Este mandamento é o respeito ético a tudo o que pertence aos outros. Isto abrange o controle e o domínio dos apetites da alma, dos impulsos, desejos e vontade do crente. Cobiçar é querer o que pertence a alguém. Querer as coisas dos outros é um desejo insano que precisa ser debelado.
(Lições CPAD Jovens e Adultos » 2014 » 1º Trim.)

2. Os propósitos da Lei.
As Leis de um povo revelam sua história e suas crenças. Ao designar a Lei, Deus estava estabelecendo parâmetros de conduta, adoração e relacionamento para o povo de Israel.
2.1. A Lei como mestre.
Professor, esta lição aborda uma discussão muito freqüente nos círculos teológicos que é a relação entre a Lei e a Graça, tal questão é tema de acirradas discussões desde os tempos apostólicos quando, os gentios convertidos ao cristianismo, foram pressionados pelos judaizantes a observar alguns preceitos da religião judaica. A epístola de Paulo aos Gálatas é um exemplo óbvio desse debate. Passados mais de dois mil anos, a controvérsia ainda continua alimentando os ânimos
O apóstolo Paulo, ao escrever sua carta aos Gálatas, teve como objetivo erradicar o legalismo, que solapava os irmãos. Por isso, ele disse:
"De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados." (Gl 3.24). A expressão para "aio" no grego é "paidagogos",  dando a ideia de um servo, que tinha como função levar a criança para a escola. Foi justamente este o papel da Lei: um mestre para ensinar Israel e ajudá-los a permanecer em contato com Deus. Revelou ao homem quem de fato ele é. A Lei expôs a malignidade do pecado, mas, ao mesmo tempo, apontou o caminho da expiação pela fé em Deus, através dos sacrifícios que eram oferecidos no Tabernáculo.
23 - Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar.
24 - De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados.
25 - Mas, depois que a fé veio, já não estamos debaixo de aio.
26 - Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus;
(Gl 3.23-26)

Servir de aio (3.24,25). O aio, ou paidagōgos, “tutor”, não era mestre, mas o guia e guardião que disciplinava a criança. No mundo romano, um escravo de confiança da família era encarregado de tomar conta do menino entre 6 e 16 anos; levá-lo à escola e trazê-lo de volta para casa, supervisionando sua conduta. Semelhantemente, a lei exercia apenas um papel disciplinar, servindo de aio para conduzir-nos a Cristo. Isso mostra a sua inferioridade em relação ao evangelho. Sua função terminou com a vinda do Messias (3.25). Agora, somos livres da lei, mas dependentes da graça de Deus.
(Lições CPAD Jovens e Adultos » 2006 » 2º Trim.)

2.2. Características distintas do código hebreu.
Professor enfatize este ensinamento do nosso comentarista,é muito importante:
Todo código se baseia na autoridade de Deus, e não de um rei. Não há divisão entre a lei civil e a religiosa; as leis morais, legais e religiosas estão entretecidas e são inseparáveis. Isto demonstra que Deus se interessa por todos os aspectos da vida. As leis eram aplicadas sem fazer acepção de pessoas. Protegem os indefesos, tais como escravos, órfãos, viúvas e estrangeiros. Os castigos da lei manifestam um alto conceito da vida humana.
Uma só lei. Há uma corrente de interpretação que ensina ser o Decálogo a lei moral, enquanto a parte da legislação mosaica que trata das cerimônias de sacrifícios e festas religiosas, entre outras, é chamada de lei cerimonial. Esse pensamento nos parece inconsistente, pois não é ensino bíblico nem os judeus jamais dividiram sua lei em moral e cerimonial. Ao longo da história, eles observaram o sábado e a circuncisão com o mesmo cuidado. [...].
A lei do Senhor e a lei de Moisés. O que de fato existem são preceitos morais, cerimoniais e civis, mas a lei é uma só. É chamada de lei do Senhor porque veio de Deus, e de lei de Moisés porque foi ele o mediador entre Deus e Israel (Ne 10.29). Ambos os termos aparecem alternadamente na Bíblia (Ne 8.1,2,8,18; Lc 2.22,23). A cerimônia dos holocaustos, a circuncisão e o preceito sobre o cuidado dos bois são igualmente reconhecidos como lei de Moisés (2Cr 23.18; 30.16; At 15.5; 1Co 9.9).( Lições CPAD Jovens e Adultos »  2015 » 1º Trimestre)

2.3. A santidade de Deus em evidência.
Um dos maiores objetivos da Lei era proporcionar ao povo de Israel uma identidade, forjada a partir da consciência de um Deus santo e que exige santidade. Infelizmente, o povo não conseguia obedecer a Lei em sua totalidade. Como meio de reparar o erro, Deus revela a Moisés diversos tipos de sacrifícios para expiação do pecado. A Lei mostrava ao homem a sua dificuldade de alcançar o padrão requerido por Deus, tanto que nenhum homem poderia ver a face de Deus e viver.
Neste tópico seria interessante explicarmos que hoje não é esta pratica que trará Deus para o meio de seu povo.
“Movimento Judaizante”
Perigoso desvio tem levado alguns irmãos a uma postura para com Israel que chega à idolatria.[...]. O cuidado especial que se deve ter é jamais desviar o foco das verdadeiras e mais significativas de nossas celebrações: o Batismo e a Santa Ceia.
a) Ritual religioso. O problema do uso de objetos como kippar (cobertura para a cabeça) e o talid (manto para oração), além das festas judaicas, é que, por trás do uso, se esconde a substituição da graça pelo ritual religioso. A ênfase cerimonial do culto disfarça a prevalência da forma. A forma tende a substituir a essência, principalmente quando se alcança status salvífico.
b) Festas judaicas. Grupos há que iniciaram por estabelecer as festas judaicas como eventos isolados, como eventos estratégicos para o ensino e a evangelização. A prática, quando não administrada com sabedoria, leva ao que aconteceu com tais grupos: o que era eventual tornou-se calendário eclesiástico; outras práticas foram acrescentadas; chegaram à obrigatoriedade da circuncisão. Existem mesmo os que julgam que para invocar Deus é mister fazer uso de seus nomes em hebraico. Proíbem o uso do nome de Jesus, exigindo sua forma hebraica Yeshua.
c) Coisas procedentes de Israel. Ainda é necessário dizer que as águas do Jordão não lavam pecados e que o óleo vindo de Israel não tem mais poder do que um óleo de outra procedência, sendo um símbolo da unção de Deus, derramada do alto. O apego à forma era a prática farisaica nos dias de Jesus. Mesmo entre os nascidos de novo houve aqueles que se apegaram às antigas práticas e deram trabalho a Paulo em seu ministério aos gentios.[...].Talvez alguém defenda a aproximação às práticas judaicas como prova de amor a Sião. E o que ocorre é que dificilmente aquele que diz que ama aos judeus sabe que a ação desse amor é a evangelização mundial. Uma igreja que ama os judeus não pretende ser uma igreja judaica. Ela evangeliza, faz missões, para que o tempo dos gentios se cumpra, e o Senhor nos arrebate e volte a tratar diretamente com a nação de Israel"
(CAVALCANTI, S. A. O anti-semita e o judaizante: pólos que devemos evitar. In Revista Resposta Fiel. RJ: CPAD, Ano 5, n° 18, p.9, dezembro / fevereiro de 2006).

3. A atualidade dos Dez Mandamentos.
Embora tenha sido instituído para os hebreus, os Dez Mandamentos tinham o objetivo de serem universalmente divulgados pelo povo de Israel. Este código de leis abarca todos os aspectos da vida, por isso, o que nele está escrito envolve todos os homens.

3.1. Jesus e a Lei.
Ao iniciar Seu ministério, Jesus deixou claro que Sua missão não era revogar a Lei, mas,sim. cumpri-la, conforme lemos em Mateus 5.17. Através de Sua postura, Ele não somente cumpriu toda a Lei, como também ampliou a sua visão, esclarecendo o verdadeiro sentido da Lei. Jesus, como autor da Nova Aliança, corrobora os Dez Mandamentos e ainda sintetiza, dizendo: "amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas." (Mt 22.37-40).
No ministério do Espirito, atual dispensação que vivemos, a Lei é inscrita em nossos corações e não gravadas em pedras.
Somente Jesus conseguiu cumprir a lei:
Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir.(Mt5.17)
“Por Jesus Cristo, somos libertos da antiga lei, para andarmos ‘em novidade de vida’ (Rm 6.4; veja também Jr 31.31-34). O que quer isso dizer? Que por estarmos livres da Lei, podemos viver como bem quisermos? Certamente que não! Significa que agora o Espírito de Cristo em nós habita e que a nossa nova natureza da parte de Deus está no controle. Esta nova natureza nada tem a ver com a satisfação de desejos maus ou egoístas; seu propósito e prazer é obedecer e agradar a Deus. A nova natureza possibilita ao crente obedecer a Deus e viver uma vida que agrada ao Senhor. [...]. Quanto mais o crente viver e andar segundo o Espírito, e tendo a Palavra de Deus como a sua regra de fé e modo de proceder, ele viverá vitoriosamente neste mundo, vitória esta sobre os adversários de nossa alma, a saber: o pecado, o mundo, nós mesmos (a carne) e o Diabo e seus poderes (veja Gl 5.16-18,25; Rm 8.1-16). [...] Resumamos o que isto significa: 1) A pessoa que é salva pela fé em Jesus Cristo e assim permanece já não está sob o jugo da lei do Antigo Testamento; 2) A partir de sua conversão a Cristo, o Espírito Santo passa a habitar no crente e lhe comunica uma nova natureza espiritual; 3) Enquanto o crente entrega incondicionalmente o controle de sua vida ao Espírito Santo, ele vive uma vida cristã vitoriosa sobre o pecado, o mundo, o Diabo e o ‘eu’; 4) O que determina a conduta do crente doravante é o controle do Espírito sobre sua vida, à medida que ele o permite. Em Cristo, o crente, como nova criatura espiritual, não está mais sob o domínio da Lei, nem da velha natureza e suas inclinações” (GILBERTO, Antônio. O Fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida docrente. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.148).

3.2. O Decálogo na visão paulina.
O apóstolo Paulo, um dos maiores ícones do Novo Testamento, pontua que a Lei tinha funções diferentes daquelas que os judeus pensavam. Em suas cartas, Paulo mostra a incapacidade da Lei para salvar, mas revela o que é pecado e o quão miseráveis somos. Na visão paulina, Cristo é o fim da Lei (Rm 10.4) pois a cumpriu cabalmente, sendo assim, é capaz de justificar todo aquele que nEle crê.
Quando afirma que não consegue realizar o bem (Rm 7.18), Paulo demonstra toda a capacidade e fragilidade do homem diante da lei. Saber o que é correto, mas ser incapaz de realizar; triste sina. A lei me traz o que é correto, mas sou incapaz de alcançar. É correr sabendo que nunca vai alcançar o fim. É descobrir que o homem não pode controlar-se a si mesmo e, assim, torna-se escravo do pecado. Mesmo quando pensamos que estamos fazendo o que é correto o pecado continua presente (Rm 7.17).(Lições Betel Jovens e Adultos » 2018 » 1º Trim.)

3.3. Os Dez Mandamentos e a Igreja.
Vivemos em uma época de extrema inversão de valores, onde a sociedade é caracterizada pelo pragmatismo (não importa o meio, sim, os resultados; os fins justificam os meios), hedonismo (o prazer a qualquer preço) e o relativismo (tudo é visto de um ponto de vista, não existe verdade absoluta). Em meio a esse turbilhão de filosofias, os Dez Mandamentos servem como bússola que norteia a Igreja em meio ao deserto das falsas doutrinas, heresias e falsos mestres. Jesus disse que nós somos sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13-14). O apóstolo Paulo disse que a Igreja é a coluna e firmeza da verdade (1 Tm 3.15). Diante das trevas, precisamos pregar sobre os mandamentos de Deus.
APLICAÇÃO PESSOAL 
Não devemos desassociar o que somos do que fazemos. Entretanto, não é o que faço que determina o que sou, mas o que sou define o que faço. Jesus disse que o fruto revela a natureza da árvore (Mt 12.33). Portanto, a essência de uma pessoa é conhecida pelas suas obras (Lc 6.44; Pv 20.11). Logo, estar ou ser cristão envolve uma conduta condizente com as palavras que ensinamos e cremos. Ética e discurso são dimensões indissociáveis da vida cristã. A conduta exemplar do cristão em seu relacionamento eclesiástico, doméstico, social e profissional fala mais alto do que um extenso sermão domingueiro. O que dizemos precisa ser confirmado pelo que fazemos. Somente assim seremos imitadores de Cristo. O crente não chega à maturidade cristã enquanto não for capaz de imitar a Jesus em seus atos e palavras. Precisamos estar sempre com um pé no Sinai e outro no monte das Oliveiras, para que sintamos a seriedade com que Deus escreveu os Dez Mandamentos e, Cristo, o Sermão da Montanha.

CONCLUSÃO
O Decálogo não foi instituído apenas para Israel, mas, sim, para toda a humanidade, pois o objetivo de Deus era que, através de Israel, Seu nome fosse santificado entre as nações. A Lei revelou ao homem a sua miserabilidade, mas Jesus, superior à Lei, mostrou que, onde abundou o pecado, superabundou a graça.

Questionário

1. Qual fo objetivo do apóstolo Paulo, ao escrever sua carta aos Gálatas ?
R: Erradicar o legalismo (Gl 4.24).

2. ao iniciar Seu ministério, o que Jesus deixou claro  ?
R: Que Sua missão não era revogar a Lei, mas sim, cumpri-la (Mt 5.17).

3. Na visão paulina, quem é o fim da Lei ?
R: Cristo (Rm 10.4).

4. O que Jesus disse que nós somos ?
R: Sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13-14)

5.  Quem é a coluna e firmeza da verdade ?
R: A Igreja (1Tm 3.15)