(Lição 02 – 11 de Outubro de 2015)
TEXTO ÁUREO
“As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim” (Lm 3.22).
VERDADE APLICADA
Tudo o que somos, fazemos ou adquirimos vem do Senhor. Não há motivos de orgulho ou vaidade, pois Sua misericórdia é o nosso sustento.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
► Informar que a alma em momentos de glória ou de aflição pode se esquecer de Deus;
► Mostrar os benefícios do Senhor e nossa transformação por sua infinita graça e amor;
► Destacar o agir de Deus para conosco por meio de Sua misericórdia, Seu amor paterno, Seu conhecimento de nossas fragilidades.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Sl 103.1 - Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.
Sl 103.2 - Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios.
Sl 103.3 – Ele é o que perdoa todas as tuas iniquidades, que sara todas as tuas enfermidades.
Sl 103.4 - Que redime a tua vida da perdição; que te coroa de benignidade e de misericórdia.
Sl 103.5 - Que farta a tua boca bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.
Sl 103.6 - O Senhor faz justiça e juízo a todos os oprimidos.
Introdução
Neste salmo, Davi expressa os sentimentos de sua alma e condensa suas experiências em forma de adoração ao Senhor. Ele dá instruções à sua própria alma para que não se esqueça dos benefícios de Deus.
INTRODUÇÃO
- Querido(a) professor(a), nesta lição transmita a gratidão, inicie a aula lembrando aos alunos aquilo que Deus fez e tem feito por cada um deles.
- “e condensa suas experiências em forma de adoração”, quer dizer que ele reúne suas experiências, se referindo aos livramentos e bênçãos do Senhor.
- “dá instruções à sua própria alma”, significa que ensina a si mesmo, ou como se falasse com sua própria consciência.
1. Bendize, ó minha alma, ao Senhor.
A alma humana é problemática e tende a se esquecer das bondades de Deus em tempos de grandes provações. Davi sabia muito bem disso e, neste salmo encontramos fazendo uma introspecção, dando um alerta para a sua alma, para que ela não se esqueça de todo o trabalho realizado pelo Senhor.
1. BENDIZE, Ó MINHA ALMA, AO SENHOR
- “tende a se esquecer das bondades de Deus”, devido a corrupção pelo pecado de Adão, a lama humana não consegue se firmar em Deus, embora necessite Dele, não é forte para se manter fiel.
- “introspecção”, é a reflexão que cada um faz de si mesmo, do que acontece em seu íntimo.
1.1. Falando à própria alma.
Este salmo é impressionante porque o salmista não se dirige à posteridade, mas a si mesmo. Ele diz: “Alma, agradeça a Deus por tudo o que há em você. Agradeça por tudo o que você é” (Sl 103.1). E por que Davi se dirige assim para sua própria alma? Ele sabe que o ser humano é formado em iniquidade, que é fruto do pecado e possui tendências pecaminosas (Sl 51.5). Davi sabe que a alma humana é vaidosa e pode num mesmo momento repartir a glória com a depravação. É válido lembrar dos exemplos de Sansão, Salomão e o próprio Davi, Davi reconhece que tudo o que é, e o que possui, é mérito divino e que nada seria se a bondade do Senhor não recaísse sobre sua vida.
1.1. Falando à própria alma.
- “não se dirige à posteridade”, não se dirige àqueles que viriam depois dele. Na verdade os salmistas não tinham a ideia de quantas pessoas esses Salmos alcançariam e o quanto eles seriam famosos.
- “sabe que a alma humana é vaidosa”, busca aquilo que lhe engrandece ou lhe embeleza.
- “tudo o que é, e o que possui, é mérito divino”, esse tipo de reconhecimento deixa a pessoa grata, traz felicidade e ajuda nos momentos de adversidades. A pessoa passa a viver melhor.
1.2. Alma, não se esqueça os benefícios do Senhor.
A aposentadoria é um benefício que faz jus a uma vida inteira de trabalho. É o justo reconhecimento dado a alguém que lutou para conquistar tal mérito. Quando Davi diz para sua alma não se esquecer dos benefícios do Senhor, fala de algo mais profundo. Ele fala de uma graça imerecida, a qual lhe alcançou e lhe abençoou grandiosamente (Ef 2.8, 9). Ele está dizendo literalmente para sua alma: “Não deixe que eu me esqueça de quem eu era e não me deixe esquecer que um dia eu estava do outro lado”. Existem dois momentos em que a alma humana pode se esquecer de Deus: a primeira acontece em momentos de gloria; a segunda, em momentos de aflição (Lc 22.54-62).
1.2. Alma, não se esqueça os benefícios do Senhor.
- “fala de uma graça imerecida, a qual lhe alcançou”, é redundante chamar “graça imerecida”, pois a graça já é um favor imerecido. E sabemos que Davi era um pastor de ovelhas, que morava em uma região não muito valorizada de Israel e o Senhor fez dele um rei. Ele sabia muito bem o que significa o favor imerecido.
- “Não deixe que eu me esqueça de quem eu era”, são muitos os que se esquecem das coisas que Deus fez. Alguns chegam a fazerem votos com Deus e quando são abençoados se esquecem do voto e também do Senhor.
- “a segunda, em momentos de aflição”, geralmente as pessoas se lembram de Deus nesses momentos, mas no caso em que Pedro negou a Cristo, ele considerou a possibilidade de ser morto, nesse caso entendemos que as pessoas diante da possibilidade de uma grande perda tendem a se esquecer o que Deus fez e a negar Jesus.
1.3. Alma, Ele te perdoa e te sara.
Davi fala dos benefícios que recebemos do Senhor e diz que Ele perdoa “todas” as nossas iniquidades e sara “todas” as nossas enfermidades (Sl 103.3). O benefício número um da lista é que Deus perdoa “todos” os nossos pecados, não alguns, mas “todos”. Não existe um pecador, por mais vil que seja, que o Senhor não possa perdoá-lo. Ele perdoa todas as nossas falhas como pessoas, como cristãos, como pais, como irmãos e como amigos. Perdoa nossa falta de amor pelos demais, nossa falta de fé e compromisso para com Ele. Deus perdoa as nossas fraquezas. Ele é um grande perdoador e a Palavra de Deus nos afirma que “Sua bondade e misericórdia nos seguirão para sempre” (Pv 16.6; Rm 9.16).
1.3. Alma, Ele te perdoa e te sara.
- “benefícios que recebemos do Senhor e diz que Ele perdoa”, esse com certeza é o maior benefício que Deus faz conosco, nos perdoa e nos salva da morte eterna.
- “benefício número um da lista”, se o perdão divino é o maior benefício, então a salvação é o maior bem que recebemos de Deus. Porém nesses dias trabalhosos não se tem buscado muito esse perdão, as pessoas vão a igreja para conseguir desde a porta de emprego até a exaltação sobre os demais.
- “Perdoa...nossa falta de fé e compromisso para com Ele”, é como ter uma grande dívida que nos tira o sono e de repente essa dívida é paga por alguém e saindo o peso da dívida podemos ter a tranquilidade de novo.
2. Os benefícios do Senhor.
Seguindo a lista dos benefícios que a alma humana deve glorificar a cada dia, neste ponto destacaremos três coisas importantíssimas citadas pelo salmista: a redenção, a renovação e os caminhos do Senhor.
2. OS BENEFÍCIOS DO SENHOR
Em outra ocasião, o salmista Davi muito sensível às misericórdias que recebera do Senhor e querendo que sua alma ofereça algo mais do que apenas gratidão, questiona o seu próprio interior com uma pergunta: “Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?” (Sl 116.12). Não que o salmista tenha pensado em retribui proporcionalmente ou pagar financeiramente o que recebera. Sua preocupação principal era em oferecer algo que fosse plenamente aceitável pelo Senhor à todos os benefícios que havia recebido graciosamente.
2.1. Ele é quem redime nossa alma da perdição.
Quando andávamos no mundo, vivíamos em trevas, imersos num poço de obscuridade e, por não conhecer a verdade, o amor e a misericórdia do Senhor, éramos arrastados por correntes malignas, intermináveis e infinitas. Éramos pessoas sem esperança, buscando soluções em nosso próprio esforço, sem a fé em algo maior e mais poderoso (Ef 2.12; 1Pe 1.18, 19). Foi dessa má e incerta qualidade de vida que o Senhor nos resgatou e disso a alma não pode jamais se esquecer. Deus nos amou quando éramos ainda pecadores, o que significa que nada fizemos de bom para que isso acontecesse. Ele resolveu nos amar e ponto final (Rm 5.8). O salmista parecia ver os dias atuais, onde poucos cristãos valorizam a salvação que receberam.
2.1. Ele é quem redime nossa alma da perdição.
- “Quando andávamos no mundo, vivíamos em trevas”, quando fazíamos parte do mundo, pois ainda andamos no mundo, mas não somos mais do mundo.
- “éramos arrastados por correntes malignas”, ou seja éramos escravos do pecado, pois não conseguíamos afastá-lo de nós. Hoje nós ainda pecamos, mas não somos mais escravos do erro, conseguimos dizer não pelo poder do sangue de Cristo.
- “que o Senhor nos resgatou...não pode jamais se esquecer”, quando nos lembramos quem nós éramos e onde estávamos passamos a reconhecer a misericórdia do Senhor. Por isso o crente ao receber Jesus deve receber a instrução da Palavra de Deus, para sempre se lembra das coisas que Deus fez e faz pala humanidade e assim se lembrará também do que Ele fez em sua própria vida.
- “poucos cristãos valorizam a salvação que receberam”, isso é porque a
salvação aponta para uma vida futura e as pessoas preferem viver o agora somente.
2.2 Farta de bens a nossa boca e nos rejuvenesce.
Uma vez que o Senhor nos resgata, acrescenta algo mais a nossa vida. “Ele sacia de bens a nossa boca” quer dizer que Deus nos faz nascer outra vez (Ef 2.5). A nova vida traz consigo a liberdade de expressão, um novo cântico, e a boca declara aquilo que é abundante no coração (Lc 6.45; Rm 10.8; Tg 3.10; Mt 12.36). Quando nossa boca fala do que é bom, é porque algo aconteceu, isto é, a regeneração do nosso coração. O renovo do Senhor é semelhante ao de uma águia. Quando todos pensam que ela está no fim, ela renova suas garras, amola seu bico e alça um novo voo. A alma jamais pode esquecer-se de que a última palavra vem de Deus.
2.2. Farta de bens a nossa boca e nos rejuvenesce.
- “acrescenta algo mais a nossa vida”, o resgate de nossa alma não é o objetivo final do sacrifício de Cristo, o restante de nossa vida é de muito interesse para Ele.
- “Deus nos faz nascer outra vez”, significa que passamos a ter uma nova vida, deixando a antiga para traz e vivendo em novidade.
- “declara aquilo que é abundante no coração”, isso mostra que o salmista estava falando de algo real, pois a pessoa transformada começa a falar daquilo que está vivendo e aprendendo. Há pessoas se ficam com o aspecto mais jovial e outras ficam parecendo crianças empolgadas com um presente.
- “ela renova suas garras, amola seu bico e alça um novo voo”, se refere ao período de muda pelo que passa todas as aves. A muda da águia é espetacular e a torna um predador mais eficiente, pois ela se levanta com mais experiência de saber exatamente onde encontrar a caça.
2.3. Os caminhos do Senhor são conhecidos.
“Fez conhecidos os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel” (Sl 103.7). Aqui vemos duas formas de revelação exposta nas palavras do salmista. Moisés conheceu os “caminhos de Deus” e os filhos de Israel os “feitos do Senhor”. Os feitos representam o que Deus opera pela força de seu poder, os caminhos falam da intimidade, dos planos que são manifestos apenas a um círculo mais íntimo. Moisés falava com Deus, os filhos de Israel falavam com Moisés; Deus se revelava a Moisés, Moisés passava o que ouvia de Deus a eles. Caminhos são coisas que a alma humana precisa aprender a conhecer.
2.3. Os caminhos do Senhor são conhecidos.
- “e os filhos de Israel os “feitos do Senhor””, enquanto Deus mostrou o seus caminhos a Moisés ao filhos de Israel Ele mostrou os “feitos” se referindo a operação de maravilhas no Egito.
- “que são manifestos apenas a um círculo mais íntimo”, é a revelação da intenção do coração de Deus para aqueles que Ele chamou a fim cumprirem uma missão específica, que foi o caso de Moisés.
- “os filhos de Israel falavam com Moisés”, quem recebe o conhecimento dos caminhos do Senhor se torna um porta-voz de Deus. Assim acontece com todos os crentes que adquirem a intimidade com Deus eles passam a ser visto pelas pessoas desse mundo, como um recurso para o alívio de seus problemas.
3. Lições para uma alma sã.
Neste ponto destacaremos três coisas importantes que o salmista faz alusão: a maneira como Deus age em relação a nós em Sua misericórdia, Seu amor paterno para conosco e como conhece nossas fragilidades.
3. LIÇÕES PARA UMA ALMA SÃ
Um dos grandes erros do ser humano é ignorar as fragilidades de sua alma e não saber responder à altura o agir de Deus em seu favor.
3.1. O tratamento divino.
Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos recompensou segundo as nossas iniquidades (Sl 103.10). Há momentos em que Deus precisa disciplinar Seus filhos. Contudo, mesmo nesses casos, o julgamento do Senhor é limitado e temporário. Se Deus aplicasse o castigo que de fato merecemos, seriámos lançados fora de Sua presença para sempre. Nesse caso, Deus usa conosco de misericórdia, esta é a causa de não sermos consumidos como merecemos (Lm 3.22). E por que age assim? Porque a penalidade de nossos pecados foi paga de uma vez por todas por um substituto na cruz do calvário (Cl 2.13-15).
3.1. O tratamento divino.
- “nem nos recompensou segundo as nossas iniquidades”, se Deus usasse somente a Sua justiça Ele teria nos destruído faz tempo, mas Ele nos mostra a Sua misericórdia.
- “momentos em que Deus precisa disciplinar Seus filhos”, como um pai que nem sempre pode dizer sim a seu filho, assim é Deus em relação a nós.
- “é limitado e temporário”, é limitado porque o Senhor não age com brandura por causa do preço pago na cruz e é temporário porque o Senhor não nos condena para sempre.
- “seriámos lançados fora de Sua presença para sempre”, como foi a punição dada a Adão.
- “Porque a penalidade de nossos pecados foi paga de uma vez por todas”, por esse motivo vemos pessoas que estão no erro e mesmo assim não são lançadas fora da presença do Senhor, sempre há oportunidade de arrependimento.
3.2. O Senhor se compadece dos que o temem.
Assim como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem (Sl 103.13). Aqueles que possuem uma aliança com Deus não precisam temer. O salmista nos revela que Deus agirá conosco da mesma forma que um pai amoroso age com seus filhos. Ao relembrar a parábola do capítulo 15 do livro de Lucas, podemos entender melhor o que o salmista está a nos dizer. Mesmo tendo aquele filho desperdiçado tudo o que possuía, ao voltar arrependido, não encontrou um pai irado, nem disposto a puni-lo. Encontrou um pai pronto a abraça-lo e a restituí-lo. Aquele jovem desejou voltar como um empregado para casa, mas aquele pai lhe ensinou que ele nunca deixou de ser filho (Lc 15.19-25).
3.2. O Senhor se compadece dos que o temem.
- “Aqueles que possuem uma aliança com Deus”, essa aliança é a que Cristo fez com a humanidade pelo Seu sangue. Quem recebe a Jesus está debaixo da aliança de Seu sangue. Não precisam temer a condenação.
- “Encontrou um pai pronto a abraça-lo”, assim é o tratamento de um pai. Muitos ministros apresentam um Deus pronto a castigar e lançar no inferno seus servos. Precisamos aprender que Deus nos ama a ponto de entregar seu filho por nós.
- “Aquele jovem desejou voltar como um empregado”, ele queria apenas resolver parte de seu problema, mas o pai mostrou pra ele que ele poderia ter tudo de volta. Alguns crentes só querem resolver seus problemas imediatos e chegam na igreja com essa intenção, mas ficam surpreendido como são recebidos pelo Pai.
3.3. Ele conhece a nossa estrutura.
A misericórdia do Senhor é imensa e ainda que não possamos entende-la, nem medir Seu amor para conosco e o alcance de Sua poderosa salvação, devemos ter em mente que Ele nos conhece por completo e, como um pai cuidadoso e amoroso, se compadece de cada um de nós.
3.3. Ele conhece a nossa estrutura.
- “ainda que não possamos entende-la”, é muito difícil entender como alguém possa entregar seu filho para a morte em favor de outro, ninguém no mundo faria isso, por isso não podemos entender a misericórdia de Deus.
- “Ele nos conhece por completo”, sabe o que podemos suportar e por quanto tempo podemos suportar.
Conclusão.
Aprendemos com Davi que não devemos jamais nos esquecer de tudo o que o Senhor representa em nossa vida. Devemos, num ato de estrema humildade, reconhecer que a vida é passageira e que a grande razão de nossa existência é a misericórdia do Senhor estendida sobre nosso viver.
CONCLUSÃO
- “reconhecer que a vida é passageira”, e passar a investir na salvação de nossa alma, pois isso é eterno.
- “razão de nossa existência é a misericórdia do Senhor”, o conhecimento disso fará gerar nos corações a gratidão por estar salvo. Se focarmos nossa mente nas coisas dessa terra esqueceremos facilmente das coisas que Deus nos fez.