Texto Áureo
“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rm 12.2
Verdade aplicada
Não haverá nada que mude ao nosso redor, se antes não houver uma transformação em nosso interior.
Textos de Referência
Deuteronômio 8.1-4
1 Todos os mandamentos que hoje vos ordeno guardareis para os cumprir; para que vivais, e vos multipliqueis, e entreis, e possuais a terra que o Senhor jurou a vossos pais.
2 E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não.
3 E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram, para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem.
4 Nunca se envelheceu a tua roupa sobre ti, nem se inchou o teu pé nestes quarenta anos.
INTRODUÇÃO
Moisés reúne o povo e relembra os fracassos da geração passada, ensina a nova geração a não cometer os erros de seus pais e revela-lhes os propósitos de Deus durante os longos quarenta anos de caminhada errante pelo deserto.
INTRODUÇÃO
O Ministério de Moisés está chegando ao fim. Uma nova geração que nada sabia do Egito nem das duras experiências de seus pais estavam, agora, nas planicies de Moabe, prestes a tomar posse da herança prometida (Dt 1.5).
Tinham um pouco mais de um mês pela frente (Dt 34.8) e eles estavam ansiosos para entrarem em Canaã.
Sabendo disto, Moisés prepara sua despedida aconselhando e exortando essa nova geração a não repetir os mesmos erros cometidos pelos seus pais durante a caminhada pelo deserto e recomenda-lhes a confiar em Deus e guardar os seus estatutos (Dt 5.1; 11.32).
Ele os aconselham a observar a lei a fim de estarem seguros e fossem bem sucedidos e prósperos, como nação, quando entrassem para possuir a terra da promessa (Dt 4.1,40; 5.29-33; 6.3,18; 7.9; 8.10; 12.28-30; 30.19-20; 32.47).
Todos os discursos, conselhos e exortações proferidos por Moisés à nova geração, antes de passar o cajado para Josué, nas planicies de Moabe, estão registrados no Livro de Deuteronômio (Dt 1.1-5).
1. Quarenta anos de caminhada errante.
Moisés apresenta um cuidado muito especial em sua transição ministerial (Dt 8). Sua preocupação é que o povo não repita os erros do passado e, para isso, insere conselhos maravilhosos para suas vidas.
1. QUARENTA ANOS DE CAMINHADA ERRANTE
Baseado em advertências e conselhos, Moisés faz uma retrospectiva da longa e difícil jornada de quarenta anos de caminhada errante pelo deserto (Dt 1.6 – 3.29).
Relembra as apostasias e rebeliões durante suas peregrinações e adverte essa nova geração acerca dos perigos e consequências das desobediências futuras (Dt 4.1-40).
Orienta-os quanto à obrigação moral para com o Senhor e os aconselham a serem obedientes e submissos a Deus (Dt 5.29; 6.4-5; 10.12; 11.26-28; 28.1).
Obedecer traz vida, bênçao, saúde e prosperidade. Ja desobedecer significaria: morte, maldição, doênça e pobreza (Dt 28-30).
1.1. Observar o caminho.
Moisés está passando o bastão da liderança, mas, como todo líder compromissado com Deus, ele se preocupa em que aquela nova geração não repita a loucura vivida por seus antepassados. Ele pede que olhem para trás no sentido de refletirem, de observarem o que aconteceu a seus pais, amigos e parentes durante esses quarenta longos anos de provação. Moisés deseja que essa nova geração entenda que precisa mudar de mentalidade para que eles não tenham o mesmo final que seus pais tiveram. Essa geração teria não somente um novo foco, mas também um novo líder. Por isso, deveria pensar diferente, deveria compreender que a oportunidade negada aos seus antepassados agora lhes estava sendo oferecida. Era importante olhar para os prejuízos do passado e valorizar a conquista tão sonhada por uma geração que não morreu escrava no Egito, mas que fora escrava de sua própria mentalidade.
1.1. Observar o caminho
Observar o caminho, aqui, significa aprender com os erros do passado (Dt 8.2). Quem é sábio, não ignora as lições aprendidas com as experiências vividas no passado.
Aqueles que não observam essas experiências correm o risco de trilharem os mesmos caminhos errantes de antes e ainda de serem surpreendidos pelos mesmos buracos em que um dia cairam.
São as experiências vividas, quer seja positivas ou negativas, que nos ensinam a encararem, com êxitos, o presente e o futuro.
Assim, por mais doloroso que seja recapitular nosso passado, às vezes, é necessário fazê-lo.
Foi por esta razão que o grande líder, Moisés, reune aquela nova geração de israelitas e os faz relembrar os episódios que seus pais vivenciaram no deserto e lhes aconselham lições que jamais poderão ser ignoradas ou esquecidas.
A geração rebelde dos pais, haviam fracassados, quanto à conquista da terra de Canaã, mas isso não poderia mais se repetir com a geração nova dos filhos.
Eles estavam prestes a começarem uma nova fase e uma nova vida e os erros deve ser uma lição aprendida.
1.2. Guardar o mandamento.
Moisés faz questão de lembrar ao povo que todo o fracasso, sofrimento, provações e problemas vividos por seus antepassados se originaram na desobediência. A Bíblia nos ensina que a fé vem pelo ouvir (Rm 10.17), ou seja, a fé é gerada pela verdade que ouvimos da parte de Deus. Logo a incredulidade é o oposto da fé, ou seja, a ausência da Palavra. Embora a geração passada ouvisse antes de acontecer e presenciasse o que lhes havia sido dito, isso só fazia diferença para eles no momento em que ocorria porque, logo em seguida, eles agiam como se Deus fosse apenas um pai bajulador que deveria somente satisfazer suas necessidades sem que tivessem a responsabilidade de respeitá-lo como Senhor e Salvador de suas vidas. Moisés está alertando essa nova geração a não apenas ouvir, mas a guardar e cumprir (Dt 8.1).
1.2. Guardar o mandamento
O principal objetivo dos conselhos de Moisés era preparar a nova geração de Israel para viver bem na terra que estava preste a ser conquistada. Para isso ele faz os israelitas lembrarem os erros do passado, exorta-os quanto ao presente e encoraja-os com as promessas de Deus para o futuro.
Para que esta nova geração alcançasse êxito e fossem bem sucedidos na terra prometida, o grande líder dá então várias orientações e faz muitas recomendações, dentre elas está o de guardar os mandamentos.
Tanto nas orientações, quanto nas recomendações, obediência à Palavra de Deus é uma atitude preventiva. Muitos males poderão ser evitados se a observância aos mandamentos forem levados a sério.
Não atentar e não guardar as leis do Senhor, custou caro aquela geração e isso servia de alerta à nova geração.
Desobedecer a Deus e à sua Palavra nunca foi e nunca será um bom negócio. A geração que saiu do Egito que o diga!
1.3. Guiados por Deus através do deserto.
Durante quarenta anos, Deus não deixou que eles acertassem o caminho e andassem em círculos pelo deserto. Enquanto aquela geração não se consumiu um a um, Deus não revelou a entrada da Terra Prometida. Já se imaginou vivendo toda uma vida sem perspectiva? Sabe o que é viver debaixo de uma sentença irrevogável? O interessante é que mesmo sentenciados à morte, eles viram grandes milagres e incontáveis maravilhas. É pena que um milagre no corpo não ocasiona, necessariamente, a salvação de uma alma. DE toda aquela geração, apenas duas pessoas foram isentas da sentença: Josué e Calebe.
1.3. Guiados por Deus através do deserto
Os israelitas foram literalmente guiados e protegidos por Deus durante toda sua peregrinação pelo deserto.
A Bíblia registra que esta caminhada foi acompanhada pessoalmente por Deus, que se mostrou de dia através da nuvem, e de noite numa coluna de fogo (Êx 13.20-22; 14.19-20; 40.34-38; Nm 9.16; 10.29-36).
Apesar do coração obstinado deste povo, Deus cuidou, direcionou e deu a eles vitórias impressionantes (Ex 14.13-14,31; 17.8-16).
A caminhada foi marcada também por grandes intervenções como a passagem pelo Mar Vermelho (Êx 14.15-31; as águas milagrosas de Mara (Êx 15.22-26); o maná e as codornizes (Êx 16.1-36), a água que brotou da rocha (Êx 17.1-7), etc.
Se Israel tivesse tido um pouquinho mais de sensibilidade à voz de Deus, a peregrinação não teria sido tão longa e desastrosa, mas, infelizmente, a murmuração e a obstinação de alguns conduziram toda congregação ao caos.
Deus sentenciou seu povo a perambular pelo deserto porque rejeitaram o seu amor, rebelaram contra a sua autoriade e ignoraram seus mandamentos (Êx 19.3-19; 24.3-8).
Muitas das vezes quando passamos pelo deserto da vida, esquecemos do quanto o Senhor nos ajudou e nos abençoou.
Mesmo estando em dificuldades, Deus nos guia, orienta e protege através do Espírito Santo.
Como filhos obedientes devemos aceitar Sua direção (Is 48.17; Rm 8.14). Infelizmente, costumamos dificultar nossa jornada cristã mais do que o necessário, por causa da desobediência.
2. Quarenta anos de humilhações.
Moisés inicia suas últimas palavras falando sobre a observação do caminho. Em seguida, começa a enfocar as lembranças que aquele caminho proporcionou. Ele lembra das provações, das necessidades e das humilhações que já viveram e faz essa dissertação na intenção de que todos tenham a leitura correta do que evitar.
2. QUARENTA ANOS DE HUMILHAÇÃO
As humilhações ou privações vividas pelo povo de Israel, na caminhada pelo deserto, vieram da parte de Deus no intuito de prová-los e levá-los a uma dependência Dele (Dt 8.2).
No deserto eles sozinhos não tinham como prover o que comer e nem o que beber; não tinha como aliviar o calor escaldante do sol e nem como aquecer o frio da noite.
Mas quando Deus nos guia para o deserto é diferente, pois Ele provisiona tudo. Muita das vezes agimos soberbamente crendo que podemos fazer muito por nós mesmo.
Deus, então, nos leva para o deserto para nos humilhar e mostrar que dependemos Dele.
Ao permitir os obstáculos pelo deserto, Deus estava realizando um trabalho didático, dizendo-lhes: “Não me esqueçam! Voltem-se para Mim, Eu ajudo vocês. Não murmurem, Mas, Clamem a Mim e eu Lhes trarei o socorro”.
Não entender isto levou o povo a uma peregrinação de quarenta anos pelo deserto sem rumo e sem direção até que todos perecessem (Nm 14.26-27).
Eles experimentaram grandes milagres de Deus, mas, infelizmente, não alcançaram a promessa, pois se esqueceram do poder de Deus demonstrados em seus benefícios, como muitas vezes, nós também esquecemos (Hb 3.19).
2.1. Livres, vivendo como escravos.
Será que eles estavam certos em dizer que Deus os levou ao deserto para mata-los? (Nm 14.3). Ou eles fizeram tudo errado e extrapolaram os limites do absurdo e da incredulidade? Deus não desejava mata-los diante de todos os povos. O maior problema desse povo é que seus corpos saíram do Egito, mas suas mentes continuavam por lá. Ainda que tivessem saído, eles pensavam como escravos e se sentiam tentados a retornarem à vida anterior (Nm 14.4). Deus os levou pelo deserto e foi apresentado a cada situação, mas eles se acostumaram tanto com as trevas da escravidão que ignoraram a luz da liberdade. Eles jamais observaram que o Deus que estava com eles era o mesmo que havia destruído todos os opressores.
2.1. Livres, vivendo como escravos
Decorridos menos de dois anos desde que Israel fora liberto do Egito, eles finalmente chegam em Cades-Barneia, região próximo à fronteira de Canaã (Dt 1.19-21).
Livres e a um passo de serem conduzidos à possuir a Terra Prometida, não puderam entrar em Canaã, pois lhes faltou coragem, ousadia e fé (Dt 1.21).
Não foram aprovados no teste final. Apesar de estarem livres para usufruir das bênçãos que essa liberdade lhes outorgara, estavam escravos de si mesmo.
A mentalidade deles era que a escravidão com comida era melhor do que a liberdade.
Estavam escravizados em seus próprios entendimentos e incredulidades (Hb 3.19).
Ao invés de usarem o ânimo de sua liberdade e a força do Senhor para possuir a herança, vacilaram em sua fé e pediram a Moisés que espiões fossem enviados para ver se a terra era realmente o que o Senhor tinha dito que era, e para ver se podiam conquistá-la (Dt 1.22).
2.2. A humilhação tinha um propósito.
O deserto não é o lugar onde somos derrotados, nem o estágio final de nossas vidas, é lugar de passagem. Enquanto peregrinava no deserto, o povo de Israel era constantemente hostilizado pelas nações ao redor. A ordem era: lutem! Os israelitas derrotaram os amorreus (Nm 21.21-25), os midianitas (Nm 31.1-11) e o povo de Basã (Nm 21.33-35). Se Deus os desejasse exterminar jamais ordenaria que defendessem sua posição. Não era essa a intenção divina; eles pereceram porque não entenderam o que Deus estava realizando em suas vidas. Deus queria que eles conhecessem a si mesmos e lhes deixasse tratar (Dt 8.3).
2.2. A humilhação tinha um propósito
Pode parecer amargo, mas não há nada melhor para curar a falta de fé e de humildade do que a experiência da humilhação vinda do deserto. Em muitos casos, é o único tratamento que dá certo (Dn 4.1-37).
Para curar a incredulidade e a soberba que traziam do Egito, e tornar o país um exemplo de “reino”, foram necessários quarenta anos de desolação e dispersão (Dt 8.2-3; Ez 29.1-16).
A cultura que nos rodeia valoriza mais a soberba do que a humildade. Dão muito mais importância aos “status sociais”, aparências, diplomas, anéis, dinheiro, poder, do que a fé, a piedade, a santidade de vida, a modéstia cristã e etc.
2.3. Deixou ter fome, mas sustentou com maná.
Existe propósito para todo tempo de secura em nossas vidas. Deus quer nos humilhar e nos provar para ver se o nosso coração é perfeito diante dEle (Dt 8.3). Deus humilhou o povo e o deixou passar fome. Todavia, os sustentou com o maná. Afinal, o povo passou fome ou foi sustentado? Em todas as manhãs, chegava um carregamento direto da mesa de Deus, o pão dos anjos (Sl 78.23-25). Durante quarenta anos, eles jamais perderam a hora do almoço. Então qual é a fome que Moisés está relatando? A prova consistia em testá-los, para saber se amavam mais a Deus do que tudo que deixaram para trás; se o desejavam mais do que as coisas do mundo; se teriam fome e sede de Sua presença e não dos prazeres e conforto do mundo!
2.3. Deixou ter fome, mas sustentou com maná
Quanto de alimento e água potável você acha que seriam necessário para saciar e alimentar diariamente aquela multidão de quase três milhões de pessoas?
No deserto eles não tinham plantação, não havia supermercados, restaurantes ou qualquer outra loja que pudessem adquirir mantimentos.
Ainda assim, a Bíblia diz que o povo no deserto foi bem alimentado.
Você já parou para pensar como o povo sobreviveu no meio do nada? Tiraria Deus o Seu povo da escravidão do Egito, para matá-lo de fome no deserto? A humilhação vivida pelo povo de Deus no deserto era apenas preventiva.
Seu propósito, como já dissemos, era apenas levar Israel ao reconhecimento de suas origens e de sua total dependência de Deus.
3. Quarenta anos de milagres incontestáveis.
O deserto é um período que todo cristão deve passar. Não é um lugar onde devemos buscar sinais e maravilhas, e sim uma íntima comunhão com Deus, que produzirá em nós o caráter e a força do Senhor. Esse tempo de aprendizagem poderá trazer grande desconforto se não tivermos uma visão das promessas de Deus.
3. QUARENTA ANOS DE MILAGRES INCONTÁVEIS
O deserto é sempre lembrado como lugar ruim (Nm 20.5), onde se ouvem uivos (Dt 32.10) e de lá vem o vento da destruição (Is 21.1). Lá também não há arvores frutíferas e nem se pode semear (Jr 2.2). Lugar de animais ferozes e peçonhentos (Dt 8.15), àqueles que se arriscam passar por ele podem morrer de fome e de sede (Sl 107.4-5).
Os desertos da vida também são assim: Um lugar ermo, seco, árido e sem vida. Um lugar de cansaço, desânimo, solidão, angustia, sofrimento, escassez, pânico e de medo, onde muitas das vezes nos sentimos abandonados por Deus.
Os Desertos da vida, são cruéis, machucam, magoam, marcam nossas vidas e por aí vai! Apesar desse aspecto negativo que o deserto traz às nossas mentes, há também uma relação positiva.
Quando Deus nos leva para o deserto, Ele quer que nós creiamos e confiemos inteiramente Nele, pois é no deserto que vamos contemplar as suas maravilhas.
3.1. Uma comida desconhecida de todos.
Moisés afirma que o Maná, que descia do céu todos os dias, durante quarenta anos, foi ingerido, mas não foi conhecido nem por eles nem por seus antepassados (Dt 8.3). Isso prova que podemos viver longos anos sem ao menos saber o sentido real daquilo que vem da mesa de Deus. Diante deles, estava o que o salmista chama de: “o pão dos anjos, o pão dos poderosos” (Sl 78.25). Isso significa que era algo que somente havia na mesa de Deus, uma comida espiritual que desintoxicaria os tempos de comida egípcia. Porém eles chamaram aquele maná de comida vil (Nm 21.5). Eles realmente nunca entenderam. O maná é um privilégio de quem vence (Ap 2.17). Sua presença na mesa indicava que Deus os via como vencedores, mas eles sempre agiram como derrotados.
3.1. Uma comida desconhecida de todos
Deus supriu a sede e a fome do povo de Israel durante quarenta anos. No deserto Ele providenciou água e comida. O texto sagrado diz que quando os povo de Deus viu pela primeira vez o maná começaram a perguntar uns aos outros: “O que é isto?” (Êx 16.15), e foi do som desta pergunta que surgiu o nome “maná”, que em hebraico significa: “o que é isto?". Daí por diante o maná se tornou para Israel: símbolo de provisão (Êx 16.21) e a medida da fartura exata para cada um, independentemente, de quanto colhiam (Êx 16.16-18).
Com tudo isto, o Senhor estava ensinando aquela geração do êxodo, a lição da dependência diária, da diligência ao colher o maná, da prontidão ao levantar de madrugada, da perseverança ao colher diariamente, da gratidão por uma provisão gratuita e da compreensão da Sua bondade.
3.2. Um mesmo figurino durante quarenta anos.
Ao olhar para trás é lembrar os fatos ocorridos com a geração passada, a nova geração deveria entender o conteúdo daqueles milagres. A roupa nunca envelheceu, mas era a mesma, o pé nunca inchou, mas era o mesmo calçado (Dt 8.4), ou seja, Deus lhes deu o que necessitavam e nunca o que desejavam. O deserto é uma escola onde aprendemos a não viver de ostentações, a ser simples, a depender daquele que está nos guiando e a contentar-nos com o que temos. Havia pão, nunca faltou, mas não havia presunto, manteiga ou requeijão. O deserto é lugar de milagres necessários. Antes da riqueza da Terra Prometida é preciso passar pela escassez do deserto.
3.2. Um mesmo figurino durante quarenta anos
No deserto, Deus, providenciou vestimentas. As roupas e os sapatos que as crianças vestiam cresciam junto com elas (Dt 29.5). Durante quarenta anos de peregrinação Israel não precisou de alfaiataria, posto que os seus vestidos não envelheceram, e tampouco os sapatos nos pés se romperam (Dt 8.4; 29.5). Lavanderia? Nem pensar! Ao passar entre as nuvens a sujeira sumia! Deus proveu Israel com tudo que precisava para fortalecer sua fé.
3.3. Aprendendo com os erros.
A tarefa de comunicar ao povo o caminho da verdade não era de Deus, mas do líder. Moisés conhecia muito bem aquele povo e entendia que seres humanos sempre erram repetidamente. Fazer o povo reviver as situações passadas lhes acrescentaria uma mescla de força e temor. Moisés deixou bem claro que seus pais comeram o maná da mesa de Deus e morreram. Porém, a vida estava em observar o que saía da boca de Deus (Dt 8.3). Aquela nação saiu milagrosamente do Egito, presenciou milagres como nenhuma outra. Agora o maior perigo não reside nos inimigos, mas em não tê-los. A terra da bênção pode ser tão perigosa quanto a terra da aflição. No deserto, tornamo-nos dependentes sensíveis, mas, na terra da promessa, podemos esquecer quem um dia já fomos.
3.3. Aprendendo com os erros
Passados os trinta e oito anos de peregrinações pelo deserto de Parã, depois de cumprido a sentença sobre a geração que saiu do Egito (Dt 2.14), a nova geração, chega nas Campinas de Moabe e assenta o último acampamento antes da passagem do Jordão (Dt 1.1-2; Nm 21.10-20; 33.41-49).
Moisés está agora com 120 anos, e a terra prometida logo à sua frente (Dt 31.2; 32.2; 34.1-5; Nm 27.12-17; Jd 9).
Ele sobe as montanhas e vê as possessões que Deus têm reservado para o seu povo, mas sabe que não poderá entrar (Dt 3.23-25; Nm 20.12).
Consciente deste fato e preocupado com a preservação espiritual dessa nova geração, Moisés começa então esta última etapa de seu ministério recapitulando a história vivida no deserto e os erros cometidos por seus pais, a fim de evitar que esses mesmos erros voltem a se repetirem.
Este fato é muito importante para nós, pois são com os erros do passado que podemos aperfeiçoar o nosso presente e traçar objetivos sólidos para o nosso futuro.
CONCLUSÃO
Tudo o que é novo pode surpreender e a nova terra estava cheia de perigos ao redor. As instruções conduziam a nova geração a aproximar-se de Deus, a temê-Lo e a obedecer-lhe. Chegou o dia do cumprimento da promessa; passou um ciclo, mas outro ciclo se iniciaria e uma nova história seria escrita por aquela geração.
CONCLUSÃO
As lições e reflexões que Deus aplicou a seu povo no passado são plenamente aplicaveis à nossa vida hoje. O caminho para se alcançar uma bênção, uma vitória, uma conquista, pode ser curto ou longo, só depende de nossa reverência e disposição em obedecer e crer na Palavra de Deus.
O nosso conhecimento das Escrituras pode até ser limitado, mas se nossa reverência for autêntica poderemos ser preservados de erros e de ciladas.