sábado, 5 de maio de 2018

O temor a Deus e as atitudes coerentes 6 de maio de 2018

Texto Áureo
“Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia, e Samaria tinham paz e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e na consolação do Espírito Santo”. Atos 9.31
Verdade Aplicada
O temor a Deus deve ser acompanhado da procura em conhecer a Sua vontade e da prática da mesma.
Glossário
Conciliar: Estar em acordo, harmonia;
Retraimento: Recuar; ausentar-se;
Sincretismo: Fusão de diferentes religiões, doutrinas e cultos, cujos elementos permanecem com interpretações próprias.
Textos de Referência.
Salmos 86.11; 128.1; Ec 12.13; 2Co 7.1; 2Pe 2.17

11 Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua verdade; une o meu coração ao temor do teu nome.
Sl 128.1
1 Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos.
Ec 12.13
13 De tudo o que se tem ouvido, o fim é: teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem.
2Co 7.1
1 Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.
2Pe 2.17
17 Honrai a todos. Amai a fraternidade. Temei a Deus. Honrai o rei.
Hinos sugeridos.
397, 432, 434


Introdução
Num tempo de banalização do Evangelho e desrespeito, reflitamos à luz da Palavra de Deus sobre este tema tão presente nas Escrituras, porém, muitas vezes compreendido de forma distorcida e equivocada.
 
Esta lição é para nos mostrar a forma correta de se temer a Deus, com respeito e não somente medo.
"Num tempo de banalização do Evangelho", banalizar algo é torna-lo comum e sem importância, assim é o que está sendo feito com o Evangelho devido a problemas externos e internos, muitas pessoas da sociedade não nos respeitam e nos tratam como apenas mais uma religião.
1. Temer a Deus: significados e valor.
O que significa temer a Deus? Como conciliar os textos bíblicos que enfatizam a necessidade de a pessoa temer a Deus e o que está exposto em 1João 4.18: “a perfeita caridade lança fora o temor”? Porém, a Palavra de Deus não se contradiz. (caridade: Qualidade moral e espiritual que leva ao amor a Deus e ao próximo)
“No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.” (1 João 4.18).
1.1. Os significados e diversos sentidos da palavra temor.
Considerando a existência de diversos temas derivados, tanto a partir de palavras no hebraico como no grego, encontrados na Palavra de Deus, é importante estarmos atentos ao contexto no qual se encontram as palavras traduzidas por “temor” ou “temer”. Alguns sentidos de expressões hebraicas, como yãre ou môrã: “ter medo; ter grande temor; ter grande respeito por; medo”. Exemplos do termo usado como “medo” (Gn 32.11; Dt 2.25; Jn 1.10). assim como também há exemplos no Novo Testamento do uso da palavra “temor” no sentido de “medo” (gr. deilia ou phobeo), “covardia ou timidez” (2Tm 1.7) ou “mostrar medo reverente de homens” (Mc 6.20).
 
1.1. Os significados e diversos sentidos da palavra temor.
- "“ter medo; ter grande temor; ter grande respeito por; medo", assim "temor" então pode ser traduzido no português como "respeito"  e dependendo do contexto por "medo".
"Exemplos do termo usado como “medo” (Gn 32.11...", na passagem citada foi traduzido usando o verbo "temer", mas o sentido é o de sentir medo, veja:
"Livra-me, peço-te, da mão de meu irmão, da mão de Esaú; porque eu o temo; porventura não venha, e me fira, e a mãe com os filhos." Gn 32.11 
1.2. Temer a Deus.
Diferentemente de todo o restante da criação, o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26-27). O Criador o visitava, falava com ele e ambos tinham amizade e comunhão (Gn 1.28; 2.8, 15, 18-20; 3.8). Contudo, a primeira vez que aparece a expressão “temor; medo” na Bíblia é justamente como resultado do pecado e conduz a um medroso retraimento diante de Deus: “Ouvi...temi...escondi-me” (Gn 3.10). Quando se esta em comunhão com Deus, não há medo. O temor que o discípulo de Cristo deve ter em relação a Deus não deve afastá-lo dEle e nem o fazer viver em um constante estado de terror, mas servir de motivação para que produza um viver de acordo com a vontade de Deus.
1.2. Temer a Deus.
- "O temor que o discípulo de Cristo deve ter em relação a Deus não deve afastá-lo", esse é o entendimento do que é respeito, é um temor que não nos afasta de Deus, mas que nos leva a prestar toda reverência ao Senhor com o máximo respeito. Devemos ter medo do que pode acontecer conosco sem Deus, mas devemos acima de tudo ter o devido temor do Senhor.
 
1.3. A importância de enfatizar este tema.
Vivemos dias desafiadores. A irreverência e o desrespeito têm sido marcas do nosso tempo. Os extremos sempre são perigosos. Muitos dizem que no passado as pessoas tinham “medo” de Deus, por causa dos ensinamentos que receberam e a ênfase quanto ao juízo final e inferno. Contudo, hoje vemos pessoas que tratam Deus como se fosse “um igual”, chamando-O de “cara legal” ou o “lá de cima”. Não podemos confundir o silêncio, a misericórdia e a longanimidade de Deus com igualdade com o homem (Sl 50.21).
 
"A irreverência e o desrespeito têm sido marcas do nosso tempo", as pessoas não respeitam as autoridades que elas veem, jamais respeitarão a Deus que não veem. A mesma atitude tem sido observada nas igrejas, membros que não respeitam seus líderes que estão ali diante deles, obviamente não respeitam a Deus que não contemplam.
"por causa dos ensinamentos que receberam e a ênfase quanto ao juízo final e inferno", os pregadores do início do Evangelho no Brasil enfatizavam muito a punição divina como instrumento para conduzir ao arrependimento, mas esse tipo de mensagem tem dado lugar à Palavra de ânimo e perseverança. Os dois tipos de mensagens tem seus benefícios e também seus malefícios dependendo da forma como são aplicadas.
2. Os diversos tipos de temor a Deus.
Encontramos na palavra de Deus diversos textos que registram pessoas que, diante de uma manifestação sobrenatural, demonstraram temer a Deus (Êx 9.20; Jn 1.16; Dn 6.26). Contudo, não é suficiente apenas temer a Deus sem considerar outros princípios bíblicos quanto ao nosso relacionamento com Ele.
 (Gênesis 22.12). O Anjo continuou: “Não estendas a mão contra o menino! Não lhe faças nenhum mal! Agora sei que temes a Deus, pois não Me recusaste o teu filho único”.
2.1. Temor interesseiro.
Após o Reino do Norte ser levado cativo pela Assíria, Salmaneser (Rei da Assíria) levou muitos estrangeiros para “habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel” (2Rs 17.6, 23-41). Porém eram pessoas que não temiam ao Senhor e “mandou o Senhor entre eles leões, que mataram a alguns deles”. Era comum a crença, entre os pagãos, em “deuses territoriais”. Assim, aquele povo que passou a habitar em Samaria procurou conhecer “o costume” religioso de adoração (2Rs 17.32-34). Ou seja, temiam a Deus quanto à adoração, mas não O temiam para obedecer aos Seus estatutos e mandamentos.
2.1. Temor interesseiro. "mas não O temiam para obedecer aos Seus estatutos", eles temiam para resolver seus problemas com os leões, e assim muitos hoje buscam a Deus a fim de resolverem seus problemas imediatos, note-se que muitas campanhas estão lotadas de pessoas assim, porém algumas vezes elas são alcançadas dentro das igrejas por mensagens e revelações de Deus. (lembrar da igreja lotata) 
2.2. Temor utilitário.
Aqueles estrangeiros estavam considerando o temor a Deus como um “amuleto de sorte”. A sociedade brasileira tem sido caracterizada pelo sincretismo religioso e pela superstição, assim como os estrangeiros de Samaria. Quando o assunto é questões religiosas ou espirituais, o que vale é o que dá resultado. Como se o pensamento fosse: “o importante é estar bem com todas as forças espirituais”. Os atenienses chegaram ao ponto de erguer um altar com a inscrição: AO DEUS DESCONHECIDO (At 17.22-23). Como muitos hoje, tinham um conhecimento com respeito à adoração bastante limitado e distorcido.
2.2. Temor utilitário.
- "considerando o temor a Deus como um “amuleto de sorte”, se referindo aos estrangeiros que foram habitar em Samaria, quer dizer que eles consideravam que se temessem ao Deus da terra estariam seguros.
"A sociedade brasileira tem sido caracterizada pelo sincretismo religioso e pela superstição", sincretismo religioso é a mistura de crenças de diversas religiões e superstição é a crença em mitos populares e temor de coisas ocultas.
"o importante é estar bem com todas as forças espirituais", esse é o pensamento que impera no meio popular em nossa nação nos dias atuais, infelizmente, usam simpatias, horoscopo e diversos sinais de respeito às mais variadas crenças populares.
 
2.3. Temor como princípio do saber.
Aprendemos com a Palavra de Deus que não basta sentir medo, respeitar, reconhecer o poder do Senhor e a Sua grandeza. O “temor do Senhor” é o princípio, o começo da sabedoria é o conhecimento (Sl 111.10; Pv 1.7). Não a sabedoria humana e terrena, mas a sabedoria suprema, que é temer e reverenciar a Deus de maneira apropriada (Jó 28.28; Pv 8.13). É o temor que conduz à obediência ao Senhor, a um viver piedoso e correto (Jr 32.40), e que conduz a desviar-se do mal (Pv 16.6). É um temor que produz na pessoa o desejo humilde em aprender mais do Senhor (Pv 15.33).
2.3. Temor como princípio do saber.
"mas a sabedoria suprema, que é temer e reverenciar a Deus", essa sabedoria suprema é a sabedoria maior, que leva a pessoa a se aproximar de Deus, buscar conhece-lo.
 
3. Temor a Deus e atitudes.
É relevante refletir sobre a importância do temor a Deus ser seguido de atitudes coerentes, como encontramos em diversos textos bíblicos, quando o temor a Deus é associado a ações segundo a vontade de Deus, isto é, que agradam a Deus. É o que constataremos neste último tópico.
3.1. Um temor que move à ação.
O patriarca Abraão, quando ia oferecer seu filho Isaque em holocausto por mandado do Senhor, antes de imolá-lo, ouviu Deus lhe falar: “agora sei que temes a Deus” (Gn 22.12). As parteiras no Egito, movidas pelo temor a Deus (Êx 1.17, 20-21), não fizeram conforme a ordem de Faraó e “conservaram os meninos com vida”. O sogro de Moisés, ao lhe sugerir que buscasse homens para ajudá-lo na tarefa de atender ao povo, lhe diz que deviam ser homens não apenas capazes, mas “tementes a Deus” (Êx 18.21), pois, assim, aborreciam a avareza.
3.1. Um temor que move à ação.
Podemos destacar o caso de Davi que, antes de tornar-se rei, foi perseguido por Saul, e tendo oportunidade de matá-lo, não o fez, pois o temor a Deus fez com que ele percebesse o mal que aquele gesto poderia representar. Sua atitude não foi pautada no medo de um suposto castigo, mas no discernimento de que aquele seria um pecado muito grave diante de Deus, pois o Senhor não aprova o mal
3.2. Um temor que conduz a um relacionamento.
Não se trata do temor que nos faz se esconder de Deus como Adão e nem aquele demonstrado pelos estrangeiros em Samaria (interesseiro e utilitário), mas o temor que norteia nossa vida nas questões espirituais e morais. Não o medo aterrorizante e paralisador, mas que nos move a um relacionamento saudável com Deus (Rm 8.5), influenciando nossas atitudes e conduzindo-nos à plena confiança em Deus (Sl 115.11). Justamente por termos um relacionamento com Deus como Nosso Pai, devemos temê-Lo (1Pe 1.17), durante o tempo da nossa caminhada nesta terra como discípulos de Cristo.
3.2. Um temor que conduz a um relacionamento.
- "mas que nos move a um relacionamento saudável com Deus (Rm 8.5)", esse é o desejo do Senhor, de se relacionar com seus filhos, assim é o desejo de todo pai, ninguém quer que o filho tenha tanto medo que não se aproxime dele.
 
3.3. Cornélio, homem temente a Deus.
Acredita-se que Cornélio, o oficial romano, tinha algum conhecimento das Escrituras, conhecia o Deus de Israel e, assim, orava, jejuava, fazia esmolas, tinha bom testemunho dos judeus e era “temente a Deus” (At 10.1-2, 22). O próprio apóstolo Pedro disse que Deus se agrada daquele que, em qualquer nação, O teme (At 10.35). Ele temia, contudo ainda não era salvo (At 11.14). No entanto, Cornélio demonstrou a sinceridade de seu temor a Deus ao se submeter á Palavra de Deus anunciada por Pedro (At 10.33). Temor que resultou em ação, pois proporcionou oportunidade para crer em Jesus Cristo.
"Ele temia, contudo ainda não era salvo", pois os requisitos para ser salvo não está em temer ou praticar boas obras. É preciso receber a Jesus como salvador, crer e ser batizado e participar da ceia do Senhor, vivendo uma vida em Sua presença.
Conclusão.
Precisamos, com urgência, reafirmar a doutrina do temor a Deus, pois como vimos, faz a diferença no viver do discípulo de Cristo em sua jornada na terra. Conforme o exposto na Bíblia, o temor a Deus conduz a relacionamento, comprometimento e obediência a Deus (Sl 128.1).
"como vimos, faz a diferença no viver do discípulo de Cristo em sua jornada na terra", hoje muitos membros não possuem temor e influenciam terrivelmente a muitos dentro das igrejas, tem surgidos uma geração de pessoas sem temor de Deus e cresce a cada dia, acreditamos que antes que a apostasia impere de vez, o Senhor Jesus arrebatará a sua noiva.
 
Questionário.
1. Qual texto bíblico registra pela primeira vez a expressão “temor; medo”?
R: Gênesis 3.10.
2. O que os habitantes de Samaria procuraram conhecer?
R: O costume religioso de adoração (2Rs 17.32-34).
3. O que estava escrito no altar erguido pelos atenienses?
R: AO DEUS DESCONHECIDO (At 17.22-23).
4. O que as parteiras no Egito, movidas pelo temor a Deus, fizeram?
R: Conservaram os meninos com vida (Êx 1.17, 20-21).
5. O que o temor de Cornélio lhe proporcionou?
R: Oportunidade para crer em Jesus Cristo (At 10.33).